O pedido, rejeitado por nove dos 10 magistrados que votaram, tinha sido apresentado no final de maio pelo ministro da Justiça do Brasil, André Mendonça.
Weintraub foi incluído no inquérito por ter afirmado, numa reunião ministerial ocorrida em 22 de abril, que, por sua vontade, colocaria "esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF".
Na ocasião em que apresentou o 'habeas corpus', o ministro da Justiça indicou que o pedido visava "garantir a liberdade de expressão dos cidadãos, de modo mais específico do Abraham Weintraub", assim como "preservar a independência, harmonia e respeito entre os poderes".
Em causa está um inquérito aberto em março do ano passado para apurar ameaças, ofensas e notícias falsas difundidas contra magistrados do STF e seus familiares, e cuja investigação está no centro da crise entre o atual Governo e aquele tribunal.
Na sequência da divulgação do vídeo em que o ministro da Educação defende a prisão dos juízes do Supremo, o magistrado Alexandre de Moraes convocou Weintraub para prestar esclarecimentos dentro desse inquérito.
Essa investigação intensificou uma crise entre o Supremo e o atual executivo brasileiro, liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, após aliados do chefe de Estado terem sido alvo de uma operação policial, ordenada por Alexandre de Moraes, por suspeitas de disseminação de notícias falsas nas redes sociais.
Na ocasião da operação, no final de maio, Bolsonaro criticou a investigação, afirmando que "há limites" para ordens policiais "absurdas".
O pedido de 'habeas corpus' negado a Weintraub ocorre no momento em que a sua permanência no cargo ministerial está a ser debatida pelo executivo, após ter participado, no domingo, numa manifestação pró-Bolsonaro, movimento que não agradou ao Presidente do país.
Jair Bolsonaro avaliou, na segunda-feira, que Weintraub “não foi muito prudente” ao participar no protesto, e que criou mais um problema para o Governo federal resolver.
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