“Em relação às reformas que a comunidade internacional exige de nós, trabalhemos para alcançá-las através da cooperação, não da pressão”, defendeu Mutaqqi, que se encontra desde quarta-feira em Islamabade para uma visita oficial de três dias.
Muttaqi, que efetua a primeira visita oficial dos talibãs ao Paquistão desde que tomaram Cabul, a 15 de agosto, lembrou que as táticas de pressão “não produziram nenhum resultado nas últimas duas décadas e não o farão agora”.
“Isso significa que as lições do passado não foram aprendidas”, disse o chefe da diplomacia afegã durante uma conferência no Instituto de Estudos Estratégicos de Islamabad.
Muttaqi destacou que o Afeganistão não quer que o país se transforme num tabuleiro de jogo para as grandes potências e destacou que somente o esforço conjunto pode levar à estabilidade num Estado que vive atualmente uma grave crise económica.
Sobre o Paquistão, o ministro dos Negócios Estrangeiros afegão afirmou que espera manter “relações boas e saudáveis” com o país, já que a instabilidade em Cabul afeta Islamabade e vice-versa, pelo que os dois Estados não vão permitir que nenhum grupo use o território afegão para atacar o outro.
Islamabade acolheu esta semana a chamada “troika aumentada”, integrada por Rússia, China, Estados Unidos e Paquistão, onde se concordou em manter um “compromisso prático” com os talibãs para ajudar a estabilidade regional, apesar das exigências ao regime de Cabul, como a necessidade de formar um governo inclusivo.
No início da reunião, o Paquistão, que ainda não reconheceu oficialmente o governo provisório dos talibãs, defendeu uma posição próxima de Cabul, deixando clara a postura favorável e incondicional ao novo regime.
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