Na apresentação do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar do Tâmega e Sousa, realizada no Auditório Municipal de Lousada, foi divulgado estarem previstas 40 medidas anuais, envolvendo 40 instituições de ensino no território, desde o pré-escolar até ao secundário.
Segundo foi destacado pelos promotores, as ações nas áreas da ciência, tecnologia, artes, psicologia e orientação vocacional, entre outras, já vão ser postas em prática neste ano letivo e prolongar-se-ão até 2021, incidindo num universo de 50 mil alunos.
Para o efeito, vão ser contratados 46 técnicos, a maioria das áreas da psicologia e orientação vocacional, que trabalharão junto dos alunos em articulação com os estabelecimentos e agrupamentos escolares.
Aumentar os níveis de aproveitamento escolar, reduzir o abandono precoce, reforçar a equidade no aceso à educação e melhorar a qualidade e pertinência das aprendizagens e competências são os objetivos genéricos deste plano.
Na sessão foi lembrado que o conjunto dos municípios da região do Tâmega e Sousa apresentavam, na década de 90 do século passado, das mais elevadas taxas de abandono escolar do país, o que foi "melhorado de forma significativa desde então".
Os progressos decorreram, em grande medida, dos investimentos das autarquias no setor da educação ao longo dos anos, foi hoje destacado por Pedro Machado, presidente da Câmara de Lousada.
Apesar disso, defenderam hoje os responsáveis da Comunidade Intermunicipal, os indicadores ao nível do sucesso escolar ainda estão longe de outras regiões do país, nomeadamente da vizinha Área Metropolitana do Porto, o que justifica o plano intitulado "TâmegaSousa Educa".
"Queremos fazer mais e melhor. Este ano vamos iniciar tudo em força", afirmou Telmo Pinto, secretário executivo da comunidade intermunicipal, enquanto apelava ao empenhamento de todos.
Dois oito milhões de euros previstos, 15% do investimento será suportado pelos municípios, cabendo à CIM a execução do plano.
O presidente da CIM e autarca de Cinfães, Armando Mourisco, recordou que, apesar das assimetrias económicas e demográficas entre os vários municípios, o que, reconheceu, tem dificultado o entendimento em várias matérias, neste caso da educação "foi fácil" chegar a um entendimento, porque "todos olham para a educação como uma prioridade".
"Este é um plano que nos une a todos", observou, mostrando-se esperançado que as medidas previstas ajudem a melhorar os indicadores menos bons da região, pelos quais responsabilizou os sucessivos governos.
Para o autarca, o atual Governo deve "fazer justiça" à região, garantindo os investimentos reclamados, no contexto da reprogramação do Norte 2020 e na programação do próximo quadro comunitário.
Por seu turno, o secretário de Estado saudou o empenho dos autarcas do Tâmega e Sousa e lembrou que o Governo, no âmbito do Plano Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, comunga dos objetivos da região.
Para João Costa, o problema do insucesso escolar em Portugal é explicado por uma "gigante injustiça social".
O governante considerou que a condição económica e académica das famílias tem uma relação direta com o insucesso escolar, o que reforça a importância das escolas nas respostas ao problema, através de medidas adaptadas às realidades de cada território, possíveis, assinalou, no atual contexto de autonomia dos estabelecimentos.
O secretário de Estado da Educação assistiu à apresentação, acompanhado por presidentes e vereadores da educação dos diferentes municípios do território que se associaram ao projeto.
Dezenas de dirigentes escolares e professores da região encheram o auditório de Lousada para assistir à apresentação.
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