“Diz em relação a si próprio – ‘não sei o que estou aqui a fazer’ -, pois é exatamente esse o problema. Não sabe o que está a fazer. Por essa mesma razão, consideramos que o general CEME não tem condições para continuar no cargo. Por isso mesmo, decidimos também requerer com caráter de urgência que o ministro da Defesa venha cá esclarecer como foi possível dar garantias de que as armas, munições, explosivos perigosos tinham sido recuperados quando o CEME nos diz hoje que não dá essa mesma garantia”, disse o deputado António Carlos Monteiro.
O parlamentar centrista falava aos jornalistas após a terceira audição do dia da comissão parlamentar de Defesa Nacional, com o CEME, depois de reuniões para ouvir as secretárias-gerais do Sistema de Informações e da Segurança Interna.
O deputado do CDS-PP referia-se à frase do general Rovisco Duarte – “com frontalidade, não sei o que estou aqui a fazer” -, para justificar o facto de não ter novidades a acrescentar face a anteriores testemunhos no parlamento sobre o assunto.
Para António Carlos Monteiro há uma “contradição evidente entre as garantias que foram dadas ao povo português de que aquele material tinha sido recuperado e alguém que diz que não pode dar garantias”.
O deputado do CDS-PP anunciou ainda outro requerimento para solicitar ao Ministério Público a lista de material roubado em Tancos em junho de 2017 e recuperado na Chamusca em outubro de 2017, elaborada pela Polícia Judiciária Militar e entregue Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
Sobre a possibilidade de vir a propor a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito aos factos em causa, António Carlos Monteiro disse que o CDS-PP está a “ponderar seriamente”, mas remeteu uma decisão para “momento oportuno”, para já, depois da audição do Ministro da Defesa.
“A questão da comissão de inquérito é uma decisão política da maior relevância e não estou em condições de dizer ser o PSD tomará ou não essa iniciativa. Iremos analisar com detalhe todo este processo no sentido de saber se se justifica avançar com esse processo”, afirmou também o deputado do PSD Pedro Roque, reiterando igualmente uma hipótese de audição ao primeiro-ministro adiantada pelo colega de bancada ainda no interior da sala, durante a audição ao CEME.
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