A notícia é avançada hoje por vários meios de comunicação social internacionais, que citam um comunicado divulgado pelo teatro londrino: “Durante o seu mandato, o The Old Vic estava numa posição única de ter ao seu leme uma estrela de Hollywood em torno da qual havia um culto de personalidade. A investigação permitiu perceber que o estrelato e o ‘status’ [de Kevin Spacey] podem ter levado as pessoas, e em particular os trabalhadores júnior e os jovens atores, a sentir que não podiam falar ou pedir ajuda”, refere o comunicado, divulgado na página oficial do teatro.
A instituição considera o que aconteceu “claramente inaceitável” e pede “sinceras desculpas” por “não ter criado um ambiente, ou cultura, no qual as pessoas se sentissem livres para falar”.
O The Old Vic decidiu iniciar uma investigação depois de terem vindo a público várias acusações de abuso sexual em relação a Kevin Spacey.
A instituição garante que, durante o mandato de Kevin Spacey, “não foram feitas queixas formais ou ocorreram disputas legais, nem foram firmados acordos ou feitos e autorizados pagamentos ao ator”.
“Não foi possível verificar as alegações e é importante referir que Kevin Spacey não fez qualquer comentário sobre as mesmas. A investigação não pode, por isso, tirar conclusões de facto sobre a alegada má conduta [do ator]”, lê-se no comunicado.
Na nota, o teatro, pede ainda “desculpas pelo que aconteceu, ou o que alegadamente aconteceu”.
Segundo o The Guardian, o The Old Vic considerou 14 das alegações tão sérias que aconselhou os queixosos a levarem o assunto às autoridades policiais.
O teatro não revela detalhes dos alegados incidentes, exceto para garantir que nenhuma das pessoas ouvidas é menor de idade.
A primeira denúncia em relação a Kevin Spacey foi feita no final de outubro, quando o ator Anthony Rapp acusou Spacey de o ter assediado sexualmente numa festa em 1986, quando tinham, respetivamente, 14 anos e 26 anos.
Na sequência da acusação, Spacey assumiu a sua homossexualidade e garantiu que não se recordava do episódio relatado, apesar de ter dito que, se realmente aconteceu, devia “sinceras desculpas” a Rapp pelo seu comportamento.
Entretanto, no início de novembro, a plataforma de ‘streaming’ Netflix anunciou que não vai continuar com “House of Cards” enquanto a série o incluir, e que decidiu afastar-se do filme sobre o escritor norte-americano Gore Vidal, autor de obras como “Lincoln” ou “Império”, que o ator acabou de gravar e que inicialmente ia ser emitido pela plataforma digital.
Segundo testemunhos recolhidos pelo The Hollywood Reporter, o guião da sexta e última temporada de “House of Cards” estava praticamente finalizado antes de o ator Anthony Rapp ter acusado Kevin Spacey de assédio sexual.
De acordo com a CNN, oito atuais e antigos funcionários de “House of Cards” acusaram Spacey de ter tornado tóxico o ambiente da produção da série, por causa do assédio sexual.
A juntar a isso, o ator, que já tinha gravado a sua participação em “Todo o dinheiro do mundo”, de Ridley Scott, foi afastado do filme, sendo substituído por Christopher Plummer.
Segundo a distribuidora Cinemundo, na próxima semana estarão disponíveis novos ‘posters’ do filme, já sem o nome de Kevin Spacey nos créditos, e na primeira semana de dezembro estará disponível um ‘trailer’ sem as cenas onde surgia o ator.
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