Antony Blinken chegou de comboio noturno à capital ucraniana, vindo da Polónia, e deve encontrar-se hoje com o Presidente, Volodymyr Zelensky, na quarta visita a Kiev desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
Blinken deverá ainda reunir-se com o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, e proferir, num encontro com membros da sociedade civil, um discurso centrado no “futuro da Ucrânia”, disse aos jornalistas um dirigente governamental norte-americano, a bordo do comboio.
A ideia é destacar os “sucessos da Ucrânia” na sequência do discurso de Blinken em junho de 2023, em Helsínquia, onde enfatizou o “fracasso estratégico” da Rússia, disse o dirigente, que pediu para não ser identificado.
Entre os temas em discussão estará também um acordo bilateral de defesa que os EUA esperam concluir antes da cimeira da NATO em julho, em Washington. “As negociações estão na fase final. Estamos muito próximos”, disse a mesma fonte.
A visita visa “enviar um sinal forte para tranquilizar os ucranianos que estão claramente numa situação muito difícil, tanto devido à intensificação dos combates na frente oriental, mas também porque os russos estão agora a alargar os seus ataques transfronteiriços a Kharkiv", sublinhou o dirigente.
A Rússia lançou na sexta-feira uma ofensiva surpresa junto a Kharkiv, a segunda cidade da Ucrânia, no nordeste do país, conseguindo assumiu o controlo de cinco aldeias na região de Kharkiv, e de outra em Donetsk.
“É claro que eles [os russos] estão a apostar tudo o que têm no leste, e a extensão dos combates em Kharkiv representa esta estratégia que consiste em atirar tudo o que têm contra os ucranianos”, disse o dirigente norte-americano.
“Mas estamos confiantes de que os ucranianos terão cada vez mais sucesso em repelir os russos à medida que a ajuda dos Estados Unidos e de outros aliados e parceiros chegar até eles”, acrescentou o dirigente.
A visita surpresa de Blinken ocorre poucas semanas depois de o parlamento norte-americano ter aprovado um pacote de apoio militar no valor de 61 mil milhões de dólares (56,6 mil milhões de euros) para a Ucrânia, após meses de impasse.
Desde então, os Estados Unidos enviaram para a Ucrânia ajuda militar no valor de cerca de 1,4 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros), principalmente sistemas antiaéreos e munições para artilharia, alguns dos quais já estão na linha da frente, disse o dirigente.
Blinken pretende, em particular, “detalhar como a nossa ajuda será implementada de forma a fortalecer as suas defesas e permitir-lhes recuperar a iniciativa” no campo de batalha, acrescentou.
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