A Rússia ameaçou hoje reagir, mesmo militarmente, em caso de rejeição pelos EUA das suas principais exigências de segurança, repetindo que deseja a retirada das forças norte-americanas da Europa Central e Oriental e dos Estados Bálticos.
"Na ausência de vontade por parte do lado americano de acordar em firmes garantias legais para a nossa segurança (...) a Rússia será forçada a reagir, nomeadamente implementando medidas de natureza militar e técnica", disse a diplomacia russa, em resposta às propostas dos Estados Unidos para negociações sobre segurança europeia.
Moscovo insiste na "retirada de todas as forças e armamentos dos Estados Unidos colocados na Europa Central e Oriental, na Europa do Sudeste e nos países bálticos" e também aguarda propostas do Ocidente com vista a "renunciar a qualquer futuro alargamento da NATO".
A Rússia apresentou as suas exigências em dezembro, rejeitadas pelos países ocidentais, que, em troca, apresentaram uma proposta de abertura de discussões sobre temas como o desarmamento.
A resposta de hoje de Moscovo refere-se a esta proposta do Ocidente, encabeçada pelos Estados Unidos.
Apesar de a Rússia saudar a disponibilidade dos Estados Unidos "para um trabalho substantivo no controlo de armas e medidas de redução de risco", Moscovo considera que isso apenas pode acontecer se as principais exigências russas forem discutidas.
“As propostas russas são um todo global e devem ser estudadas como um todo, sem excluir alguns desses pontos”, insistiu a diplomacia russa.
Finalmente, Moscovo reafirmou, no mesmo documento, não estar a ponderar qualquer invasão da Ucrânia, apesar do envio de mais de 100.000 soldados russos para as fronteiras ucranianas, o que levou o Ocidente a recear uma operação militar iminente contra Kiev.
Na versão de Moscovo, o Ocidente tem relevado a iminência de uma invasão russa para "pressionar e desvalorizar as propostas russas sobre garantias de segurança", exigidas pelo Kremlin.
"Nenhuma 'invasão russa' da Ucrânia, anunciada desde o outono passado por funcionários dos EUA e seus aliados, está a ocorrer e não está planeada", acrescentou o Ministério do Negócios Estrangeiros russo.
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