“Não há ainda uma noção [de quanto caberia a Portugal] porque ainda não estão fechados os números e as modalidades, isso está em negociações. Há grupos de trabalho neste momento mandatados para fazer esse apuro”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
Falando aos jornalistas portugueses em Praga, no final de uma reunião de dois dias dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), o chefe da diplomacia portuguesa indicou que “há uma coisa que é certa”.
“O dinheiro que for despendido por cada Estado neste programa […] também contará para as obrigações no quadro da NATO, isto é, para a meta dos 02%” do Produto Interno Bruto (PIB), sendo este o limiar estipulado como meta para despesa com defesa de cada país Aliado, especificou Paulo Rangel.
Numa altura em que se discute o valor total e os pormenores de tal programa de assistência financeira da Aliança Atlântica à Ucrânia para se defender e recuperar da invasão russa, estima-se que a verba total possa ascender a 40 mil milhões de euros anuais por um período de cinco anos.
“Ainda não está fechado um número completamente, embora esse número […] seja o mais provável e, no quadro daquilo que é despesa militar de todos os países da NATO e da própria NATO, é, apesar de tudo, uma coisa pequena”, comentou Paulo Rangel.
Este tema esteve em discussão na reunião informal dos chefes da diplomacia da Aliança Atlântica, que hoje termina na cidade checa de Praga.
“Foi falado esse plano porque assim como nós [Portugal] fizemos um acordo bilateral para 10 anos, na sequência daquilo que tinha sido já anunciado na Cimeira de Vílnius, também a concertação dos parceiros da NATO nesta matéria tem de ter um horizonte temporal, que aliás, não é horizonte da guerra, até já é um horizonte pós-guerra e que fará um quadro chapéu incluir esses acordos bilaterais”, referiu o ministro português.
Esta reunião em Praga serviu, assim, para preparar a principal discussão sobre esta e outras matérias que acontecerá na cimeira da Aliança Atlântica em Washington, em julho próximo, que será dominada pelo apoio dos Aliados à Ucrânia, país “que será com certeza um dia membro da NATO”, assinalou Paulo Rangel.
A ser discutida nessa cimeira de julho será ainda a sucessão da liderança da NATO, quando o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, é visto um dos principais candidatos, embora com oposição da Hungria e da Roménia, sendo que Bucareste tem o seu próprio candidato, o Presidente romeno, Klaus Iohannis.
“Mark Rutte tem o perfil adequado para ser secretário-geral da NATO. Tem todas as condições para o fazer e para fazer tão bem quanto fez [Jens] Stoltenberg e entrar numa altura particularmente difícil”, adiantou Paulo Rangel à imprensa portuguesa.
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