Numa mensagem no Telegram sobre as questões discutidas hoje na sua reunião com autoridades de segurança do Estado, Zelensky disse que esperava receber relatórios dos serviços de informação e da Guarda de Fronteira sobre a presença de mercenários russos no país vizinho.
Depois de liderar recentemente a captura de Bakhmut, província de Donetsk, no leste ucraniano, o grupo Wagner rebelou-se contra as lideranças militares russas na noite de em 23 para 24 de junho, após acusá-las de sabotar as atividades dos mercenários e até bombardear os seus acampamentos.
Depois de capturar sem resistência a cidade estratégica de Rostov, no sul da Rússia, o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, concordou em dar ordem aos seus soldados para fazer meia-volta quando as suas colunas já se encontravam a 200 quilómetros da província de Moscovo, num acordo obtido por mediação do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, aliado do Kremlin, a troco de uma amnistia aos militares amotinados e possibilidade de incorporarem as forças armadas regulares russas ou instalarem-se na Bielorrússia.
A Bielorrússia faz fronteira com a Ucrânia a sul, e também com a Lituânia, Letónia e Polónia, o que suscita receios sobre possíveis ações dos elementos Wagner que para lá se deslocaram contra território ucraniano, em plena contraofensiva contra as forças invasoras russas, ou contra estes três países da NATO e da União Europeia.
Na quinta-feira, foi noticiado que mercenários do Grupo Wagner iniciaram exercícios conjuntos com tropas bielorrussas, levando a Polónia a aumentar a sua presença militar nas fronteiras.
As manobras cumprem uma promessa de Prigozhin de ajudar com os seus mercenários a proteger a Bielorrússia para a eventualidade de uma invasão a partir dos países vizinhos.
O Ministério da Defesa da Bielorrússia informou que os exercícios militares, que vão durar uma semana, aconteceriam num campo de tiro perto de Brest, uma cidade próxima da fronteira com a Polónia.
Um vídeo divulgado na quarta-feira mostra uma figura que aparenta ser Prigozhin a dizer às suas tropas que, antes de se posicionarem em África, passariam algum tempo na Bielorrússia, prestando formação para ajudar a “tornar o exército bielorrusso o segundo exército mais forte do mundo”.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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