“A sociedade moçambicana mostrou-se ativamente empenhada e participou em grande escala”, destaca, em comunicado, a UE, manifestando depois preocupação com “as notícias de irregularidades”, desejando que “estas sejam devidamente tratadas para garantir um resultado pacífico e satisfatório do processo eleitoral, no pleno respeito pelo Estado de direito e pelos princípios democráticos”.
A União Europeia lamentou ainda a morte de duas pessoas durante as manifestações de sexta-feira e apelou a todos os envolvidos para que “atuem de forma pacífica”, e às autoridades para que “garantam o exercício seguro do direito à liberdade de associação e de expressão”.
Um agente da polícia e um jovem morreram durante manifestações ocorridos em Nampula e em Nacala contra os resultados das eleições autárquicas em Moçambique, segundo o Centro de Integridade Pública (CIP), uma Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana.
O agente terá sido morto em retaliação ao baleamento de uma criança de dez anos, à saída da escola, numa ação enquadrada na reação das autoridades às manifestações contra as eleições autárquicas, na cidade de Nampula, província com o mesmo nome, no norte do país.
Na cidade de Nacala, também na província de Nampula, um jovem morreu depois de ter sido atingido por um objeto contundente no Mercado Central de Nacala, durante escaramuças entre populares e a polícia, avançou o CIP.
Nas duas cidades, o comércio paralisou, com os mercados e estabelecimentos comerciais encerrados.
Na cidade de Maputo, a polícia moçambicana fez vários disparos de gás lacrimogéneo sobre milhares de pessoas que se manifestavam.
Pelo menos 10 pessoas ficaram feridas e outras 70 foram detidas, anunciou a polícia moçambicana.
A marcha foi convocada pelo cabeça-de-lista da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição) à autarquia de Maputo, onde se afirma vencedor, Venâncio Mondlane, contra o que apelidou de “homicídio da democracia”.
Segundo os resultados anunciados por aquele órgão eleitoral, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) venceu em 64 das 65 autarquias do país, à exceção da Beira, ganha pelo Movimento Democrático de Moçambique.
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