“Correu tudo sem problemas, foi muito bom. Vou poupar muito mesmo. Como moro no Montijo, eu gastava à volta de cento e tal euros utilizando o passe que tinha, mais os transportes do Montijo. Agora, os 20 euros [valor do passe Navegante +65 para a Área Metropolitana de Lisboa] dão para os transportes lá também”, avançou Matilde, de 72 anos, uma utente que acabava de chegar ao terminal de Cacilhas, em Almada, no distrito de Setúbal.
A agência Lusa esteve naquele terminal entre as 07:30 e as 09:00, onde constatou que o serviço decorreu com normalidade.
“Saí agora do trabalho e é a primeira vez que estou a usar o passe para o barco e é ótimo porque fica muito mais barato, estou a poupar cerca de 21 euros. No barco não tive problemas e agora vou experimentar a camioneta e o metro. Espero bem que se mantenha assim. E estou a pensar em pessoas que conheço, por exemplo, que moram em Setúbal em que tinham passes de 150 ou 160 euros”, referiu Jorge Gouveia.
Também a utente Maria Aulixiadora garantiu que, “na Transtejo, funcionou tudo bem”, não existindo filas nem lotação anormal nas embarcações, contudo, o mesmo não pode dizer da Estação de Paço de Arcos, em Oeiras (Lisboa), onde encontrou “uma fila enorme para comprar o passe”.
Em relação à Transtejo, a passageira Adriana, de 28 anos, também indicou que “não encontrou uma única pessoa na fila” para carregar o passe no Cais do Sodré e que, a partir de agora, vai poupar cerca de 17 euros por mês.
Neste terminal fluvial, a maioria dos passageiros chegava e dirigia-se de imediato para o embarque, tendo já o passe carregado previamente, enquanto quem não o fez, mostrou preferência pelo carregamento por multibanco ou na bilheteira, onde é possível esclarecer dúvidas.
No final da manhã tudo tinha corrido com normalidade e com mais dinheiro na carteira, levando a que vários passageiros afirmassem: “esperemos que se mantenha assim”.
Já o funcionários do terminal de Cacilhas Ricardo Cordeiro confirmou à Lusa que tudo correu bem no serviço, apesar de existir “muita gente nova a tirar o passe”.
“Tem havido muitas perguntas, mas isso faz parte, é a primeira vez”, justificou.
Ainda assim, manifestou alguma preocupação a nível da oferta de outros meios de transporte: “vantagens até agora sim, mas resta saber até quando. Não estou a falar a nível da Transtejo, mas a nível estatal, vamos ver até que ponto isto vai para a frente”.
Segundo a página da Transtejo e Soflusa, pelas 10:45, não existia nenhuma perturbação no serviço nem ligações suprimidas.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.
Os utentes de vários pontos do país, especialmente nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, começam hoje a sentir alívio nos preços ao viajar nos transportes públicos, uma medida que pretende reduzir o uso do transporte individual.
Os passes metropolitanos Navegante, em Lisboa, e Andante, no Porto, passam a ter um custo máximo de 40 euros e permitem viajar por todos os concelhos das Áreas Metropolitanas, estimando-se que permitam às famílias poupar, nalguns casos, cerca de cem euros mensais, principalmente para quem se dirige diariamente dos concelhos mais distantes para o centro.
Nas mesmas áreas, para quem quer viajar apenas dentro de um concelho os passes passam a custar um máximo de 30 euros.
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