Esta informação foi avançada pelo regulador ucraniano à Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), que reportou ainda que Chernobyl foi tomada por “forças armadas não identificadas”.
A Ucrânia já tinha alertado hoje que registou dados preocupantes de radiação na central nuclear danificada de Chernobyl, que caiu nas mãos do exército russo na quinta-feira, embora Moscovo tenha garantido que está tudo sob controlo.
A agência internacional revelou que a autoridade reguladora da Ucrânia informou que a causa das mediações de radiação altas no local “podem ter sido causadas por veículos militares pesados que agitavam o solo ainda contaminado do acidente de 1986”.
A AIEA divulgou em comunicado que avalia que as leituras informadas pelo regulador — de até 9,46 microSieverts por hora — são baixas e permanecem dentro da faixa operacional medida na Zona de Exclusão desde que foi estabelecida e, portanto, não representam nenhum perigo para o público, pode ler-se no comunicado.
O pior acidente nuclear da história ocorreu em 26 de abril de 1986 na Ucrânia – que era, na altura, uma das 15 repúblicas soviéticas -, quando um reator da central de Chernobyl, localizada a cerca de 100 quilómetros de Kiev, explodiu, contaminando cerca de três quartos da Europa, especialmente a Ucrânia, a Rússia e a Bielorrússia.
Quase 350.000 pessoas tiveram que ser retiradas de um perímetro de 30 quilómetros ao redor da central nuclear.
Esta agência internacional alertou também na nota de imprensa que as operações nas instalações nucleares na Ucrânia, que enfrenta uma invasão da Rússia, não devem ser “afetadas ou interrompidas de forma alguma”.
“É de vital importância que as operações seguras e protegidas das instalações nucleares da zona não sejam afetadas ou interrompidas de forma alguma”, salientou Rafael Mariano Grossi, diretor-geral daquela agência, citado em comunicado.
A Ucrânia informou também hoje a AIEA que os reatores de energia nuclear do país continuam a operar em segurança.
Mas o responsável desta agência reiterou um apelo à “contenção máxima para evitar qualquer ação que possa comprometer a segurança das centrais”.
Esta agência assegurou ainda que “continua a monitorar de perto este e outros desenvolvimentos na Ucrânia, com foco especial na segurança e proteção de seus reatores nucleares”.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e desnazificar” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus “resultados” e “relevância”.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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