Estas posições foram transmitidas por André Ventura, numa conferência de imprensa em que reagiu à hipótese de a procuradora Geral da República (PGR), Lucília Gago, ser em breve ouvida no parlamento, na sequência da divulgação pública de escutas que envolvem António Costa, mas que não têm qualquer relevância do ponto de vista criminal no âmbito da chamada Operação Influencer.
Sobre a hipótese de Lucília Gago ser ouvida em breve no parlamento, André Ventura alegou, de forma genérica, que o Chega nunca se oporá a que alguém seja ouvido na Assembleia da República.
“Mas qual a razão para só se chamar ao parlamento as instituições judiciais e policiais quando os políticos são envolvidos?”, questionou.
Para o presidente do Chega, a questão é outra: “Querem fazer crer que se transformou o país numa nova PIDE, mas o Chega não vai alinhar na perseguição política aos órgãos de justiça”. “Nunca em nenhum outro processo em que se tenham revelado escutas a indignação foi tanta como com António Costa. Ora, isto mostra um país ainda refém do socialismo, da direção e do comando de António Costa”, sustentou.
Na conferência de imprensa, entre outras coisas, André Ventura disse que “nem que Cristo desça à terra” o Chega se congratulará com uma provável eleição de António Costa para a presidência do Conselho Europeu. Considerou, também, que o ex-primeiro-ministro “está sob suspeita” no âmbito da Operação Influencer e que “há uma operação em curso para branquear” António Costa.
Perante os jornalistas, o presidente do Chega procurou transmitir a ideia de que “este maior ataque de sempre à justiça tem o apoio de alguma comunicação social” e interrogou-se sobre as razões de António Costa ainda não ter sido confrontado com o teor dessas escutas, designadamente em relação ao processo de despedimento da anterior líder executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener.
“Não há um único jornalista com a coragem de lhe perguntar a razão de o país estar perante um processo de despedimento de milhões de euros, porque o senhor [António Costa] a obrigou a despedir”.
“Parecem estar preocupados com a conversa mas não com o conteúdo da conversa”, completou, antes de se envolver em discussão com jornalistas de televisão que pretendiam fazer-lhe perguntas.
“Podem estar em direto, mas sou líder do Chega e estou a falar. É vergonhoso o ataque que media, comentadores e alguns jornalistas estão a fazer à justiça, porque estão a cobrir António Costa, num país que parece a Coreia do Norte ou a Venezuela. O que se espera de uma comunicação social isenta é que não cubra as costas de ninguém”, considerou.
O presidente do Chega interrogou-se depois se “António Costa é alguém acima da lei em Portugal e se não tem de responder quando diz que quer despedir uma pessoa por razões políticas”.
“António Costa é um ex-primeiro-ministro sob suspeita da justiça portuguesa. Como disse Marcelo Rebelo de Sousa, nem que Cristo venha a terra apoiarei António Costa para presidente do Conselho Europeu. Mas é inaceitável que se encontre em marcha a maior operação de branqueamento de sempre a um político”, acrescentou.
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