O presidente do Chega anunciou hoje que o PSD viabilizará os candidatos do partido para a mesa do parlamento e indicou que, “no seguimento desta informação”, irá transmitir aos seus deputados que apoiem também os nomes dos sociais-democratas.

O anúncio foi feito pelo presidente do Chega, André Ventura, em conferência de imprensa no parlamento.

“O PSD informou esta tarde o Chega que viabilizará a nomeação de vários dirigentes do partido para vice-presidente da Assembleia da República, secretário e vice-secretário”, disse, remetendo o anúncio dos nomes desses deputados até ao final do dia.

André Ventura acrescentou que, “no seguimento desta informação” que disse ter sido transmitida ao líder parlamentar do Chega Pedro Pinto, irá também reunir-se com o seu grupo parlamentar e indicar aos deputados “para viabilizarem a proposta que a AD apresentou para a presidência do parlamento”, referindo-se ao ex-ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco.

“Quero sublinhar este entendimento, a reciprocidade deste entendimento”, afirmou, acrescentando que também viabilizará o nome proposto pela IL para vice-presidente, o deputado Rodrigo Saraiva.

André Ventura defendeu que, com este anunciado entendimento, haverá “a capacidade definitiva de arredar os socialistas e a extrema-esquerda dos lugares decisivos” do parlamento, dizendo que será garantida “uma maioria absolutíssima”.

Os deputados do PSD, CDS-PP e Chega somados totalizam 130 parlamentares.

O presidente do Chega desafiou o primeiro-ministro indigitado e presidente do PSD, Luís Montenegro, a dar também “um sinal” na composição do Governo – que será anunciada na quinta-feira - de aproximação ao seu partido.

“Que reduza o número de ministros e apresente um Governo com, no máximo 12 Ministérios, para dar um sinal de que estamos verdadeiramente a fazer uma reforma do sistema político”, disse, considerando que os dois partidos têm a maioria necessária para reduzir deputados, ministros e secretários de Estado.

“Só não o faremos se não quisermos”, acrescentou.

O líder do Chega disse ainda que o partido se compromete a dar condições à AD (coligação pré-eleitoral formada por PSD, CDS-PP e PPM) para “recuperar o tempo perdido” na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).