Numa declaração aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura foi questionado sobre a denúncia do PSD, em conferência de líderes, de situações em pleno plenário de intimidação e coação a deputados que são filmados e fotografados por outros parlamentares e também sobre a queixa da porta-voz do PAN relativamente ao comportamento de convidados do Chega.
Questionado se tem algum conhecimento de comportamentos intimidatórios da parte de deputados do seu partido, Ventura não respondeu diretamente, dizendo ser “curioso que da bancada de onde mais vêm ataques despropositados ao Chega, venham acusações contra o Chega”.
Perante a insistência se podia garantir que estas situações não acontecem, André Ventura disse desconhecer e voltou a desviar a atenção para outros partidos.
“Eu não tenho esse conhecimento, o conhecimento que tenho é do que vi. E o que vi foi ataques, insultos permanentes, e aí ninguém me contou, eu estava a discursar, eu vi os insultos, eu vi-os à minha frente”, afirmou.
André Ventura referiu que deputados do PS saíram do hemiciclo durante o seu discurso na sessão solene evocativa do 25 de Novembro, em protesto pelo que estava a ser dito, que um deputado do PSD se levantou e lhe apontou o dedo durante a discussão do Orçamento do Estado na generalidade quando disse que o atual Governo “era ladrão”, e que noutra altura deputados emitiram “sons equivalentes ao de latidos de cães” enquanto discursava Rita Matias.
“Se há grupo que tem sido ameaçado e coagido no parlamento, esse grupo é o Chega”, defendeu.
No entanto, rejeitou alguma ação, como levantar a questão na conferência de líderes: “Nós não andamos na conferência de líderes a fazer queixinhas. Nós defendemo-nos e entendemos que o parlamento tem mais que fazer do que estar a debater queixinhas”.
Dirigindo-se diretamente aos outros partidos, André Ventura considerou que “ao desrespeitarem permanentemente os portugueses, não merecem o respeito de mais ninguém”.
Na declaração, André Ventura anunciou igualmente que o Chega vai votar hoje contra os votos de pesar pela morte do antifascista Camilo Mortágua e de Odair Moniz.
O presidente do Chega classificou o pai das deputadas do BE Joana e Mariana Mortágua como “um criminoso” e “um terrorista” e sobre Odair Moniz considerou que “viabilizar um voto de pesar em relação a alguém que, no meio de uma operação policial, é morto, é o mesmo que atribuir a culpa à polícia”.
Na altura, André Ventura foi questionado igualmente sobre a notícia que dá conta de uma investigação por suspeitas de gestão danosa na SATA e participação económica em negócio, envolvendo um deputado do PS que já integrou o Governo Regional dos Açores.
O líder do Chega considerou tratar-se de “uma situação preocupante” e “gravíssima” e apelou a Sérgio Rocha de Ávila que preste esclarecimentos.
André Ventura defendeu que o parlamento deve fazer “uma investigação profunda ao que se passa na SATA” e ouvir “os responsáveis” da companhia aérea em sede de comissão.
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