Eurico Brilhante Dias falava aos jornalistas na Assembleia da República depois de os deputados terem ‘chumbado’ os nomes propostos por Chega e Iniciativa Liberal para duas vice-presidências do parlamento. Foram eleitos apenas dois dos quatro candidatos a vice-presidente, Edite Estrela (PS) e Adão Silva (PSD).
“No que diz respeito à vice-presidência, os senhores jornalistas têm acesso aos resultados parciais das votações e não é difícil perceber qual foi o partido político que quis inviabilizar a candidatura do deputado Joao Cotrim Figueiredo”, afirmou.
Para o líder parlamentar do PS, este dado “é claro e objetivo” e “qualquer leitura dos resultados é relativamente fácil de perceber”.
“Mas naturalmente o voto é secreto e, portanto, esta afirmação carece de poder verificar-se, mas da leitura dos resultados não restam dúvidas de quem entendeu vetar o nome do senhor deputado Cotrim Figueiredo”, afirmou.
Questionado diretamente sobre se estava a referir-se ao PSD, Eurico Brilhante Dias respondeu: “Eu não posso fazer essa afirmação perentória, não a farei. Mas os senhores jornalistas facilmente olham para os resultados eleitorais e conseguem perceber objetivamente qual a variação de resultados entre candidatos e aquilo que aconteceu em particular ao deputado João Cotrim de Figueiredo. Não será difícil perceber”, vincou.
O grupo parlamentar do PSD tem um total de 77 deputados e os seus candidatos aos lugares da Mesa da Assembleia da República obtiveram sempre mais do que 180 votos – resultados sempre acima dos candidatos do PS, que tem maioria absoluta na Assembleia da República.
João Cotrim Figueiredo conseguiu 108 votos favoráveis, 110 brancos e seis nulos e a sua bancada tem oito deputados, não tendo alcançado a maioria absoluta necessária de 116.
Rio critica “curiosíssima interpretação”
O presidente do PSD criticou hoje a “curiosíssima interpretação” do PS sobre a não eleição dos candidatos a vice-presidentes do parlamento indicados pelo Chega e IL, salientando que os socialistas têm votos que permitem “eleger todos os candidatos”.
Numa publicação na rede social Twitter, Rui Rio reagiu às declarações do novo líder parlamentar do PS: “Para o PS, perante o chumbo de dois candidatos numa mesma eleição, num caso é um resultado natural, no outro há culpados. Culpados … de votarem”, refere Rui Rio.
Para o presidente do PSD, trata-se de uma “curiosíssima interpretação de um partido que tem um número de deputados suficientes para sozinho conseguir eleger todos os candidatos”, referindo-se aos 120 parlamentares socialistas, mais do que a necessária maioria absoluta de 116 para eleger os vice-presidentes do parlamento.
(Artigo atualizado às 21:58)
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