O enólogo da União das Adegas Cooperativas do Dão (UDACA) contou que “quem tem espumantes para fazer já começou a vindimar na semana passada e, esta semana, as pessoas estão a preparar-se para fazer brancos”.
Segundo Carlos Silva, embora a região do Dão não seja toda igual, e haja umas zonas em que as uvas estão mais adiantadas do que em outras, no geral verifica-se “uma antecipação de três a quatro semanas comparativamente ao ano passado”.
“Em Nelas, por exemplo, na quarta-feira da semana passada, os brancos já estavam a 14 (de grau alcoólico). Mas, por exemplo, as zonas para o lado de Seia e de Gouveia estão mais atrasadas, vindimam sempre um pouco mais tarde”, explicou.
Depois de, na semana passada, ter começado a vindima para espumantes em Penalva do Castelo, esta semana “é altura de arrancar com os brancos” e, posteriormente, passar para os tintos, referiu: “O Jaen e a Tinta Pinheira, depois o (Tinta) Roriz e o Alfrocheiro e acabar com a Touriga (Nacional)”.
O enólogo explicou que esta antecipação se deveu sobretudo “à primavera, que foi excecional em termos de sol” e que adiantou muito a maturação, e também “aos meses de julho e agosto com muito calor”.
Com a chuva que caiu durante a noite na região deu-se um arrefecimento, mas Carlos Silva alertou que pode vir ainda mais calor que poderá prejudicar as uvas.
“Se esperamos muito e ficarmos desatentos, vamos vindimar com graus muito altos, o que dará vinhos muito alcoólicos, e isso não é bom”, acrescentou.
Na sua opinião, se os produtores ficarem atentos às vinhas a qualidade estará garantida, porque “há boa sanidade e o cacho está bem formado”.
No que respeita à quantidade, o enólogo considerou que será “um ano normal do Dão, com uma produção entre os 45 a 50 milhões de litros”.
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