Os afloramentos de algas devem ser registados em fotografia e os dados submetidos através da plataforma digital “Algas na Praia”, com o preenchimento de um pequeno inquérito.
Em comunicado, a UAlg indicou que os dados permitem uma monitorização das concentrações e facilitam aos investigadores um conjunto de informações importantes sobre a origem, espécie, impactos e frequência das acumulações.
Segundo o investigador Rui Santos, citado na nota, “os registos que forem submetidos este ano, juntamente com os dados obtidos no verão do ano passado, vão permitir identificar as condições ambientais chave para a proliferação de algas e definir estratégias para remover e utilizar esta biomassa que dá à costa”.
Segundo a UAlg, no ano passado foram submetidos 96 registos através da plataforma, tendo os dados permitido identificar três zonas distintas de acumulação de algas na costa sul do Algarve.
“Entre Lagos e Olhos de Água (Albufeira) dominou a alga castanha (Rugulopterix okamurae), uma espécie invasora originária dos mares da Coreia/Japão, e entre Vilamoura e a Praia de Faro dominou a alga vermelha (Asparagopsis armata), uma espécie invasora originária da Austrália”, indicou a universidade.
Já entre a ilha da Armona (Olhão) e Vila Real de Santo António, proliferou a alga verde (Ulva sp.), uma espécie autóctone da costa portuguesa.
“É normal encontrarmos algas no mar e nas praias, mas, quando encontramos acumulações excessivas de algas, podemos estar perante fenómenos resultantes de excesso de nutrientes provenientes de efluentes urbanos ou da fertilização excessiva em agricultura”, alertam os investigadores.
As concentrações, adiantam, “podem ainda ser um fenómeno provocado por algas invasoras, as quais têm um impacto muito negativo nas espécies nativas da nossa costa”.
Alegam ainda que o crescimento excessivo das algas “pode prejudicar a biodiversidade, as pescas e a qualidade ambiental da praia”.
A partir das algas invasoras que se acumulam nas praias, os investigadores do CCMAR anunciaram que “procuram desenvolver um novo suplemento alimentar”, através do projeto NUTRISAFE.
De acordo com Dina Simes, responsável pelo projeto, citada no documento da UAlg, “algumas destas algas apresentam compostos com características anti-inflamatórias e de proteção vascular e pulmonar”.
Os compostos “podem ser utilizados em suplementos alimentares que permitem reduzir comorbidades comuns associadas ao envelhecimento e às doenças inflamatórias crónicas”, conclui a nota.
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