“Hoje é um bom dia para a Europa porque a votação mostra que o centro resiste. Estou muito grata pela confiança manifestada pelo Parlamento ao novo colégio [de comissários] e a votação permite-nos começar agora, a 01 de dezembro”, afirmou Ursula von der Leyen numa conferência de imprensa realizada à margem da sessão plenária da assembleia europeia, na cidade francesa de Estrasburgo.

Reagindo após o aval parlamentar à sua nova equipa, no seu segundo mandato de cinco anos à frente da instituição, a responsável alemã vincou: “Estamos ansiosos por começar e isso é fundamental porque o tempo urge”.

“Enfrentamos desafios políticos significativos dentro da nossa União, nas nossas fronteiras, na nossa vizinhança, em que precisamos de aumentar a nossa competitividade e em que o impacto das alterações climáticas se faz sentir cada vez mais fortemente”, elencou.

Após críticas ao seu colégio de comissários — nomeadamente por ter um vice-presidente dos Reformistas e Conservadores Europeus, nomeado por Itália –, Ursula von der Leyen fez questão de destacar a sua “equipa forte e experiente”, na qual tem “plena confiança na sua capacidade de entrega, não só como indivíduos, mas também como equipa”.

“A estrutura do novo colégio permitirá um trabalho de equipa eficiente e soluções transversais”, adiantou.

O Parlamento Europeu aprovou hoje — com 370 votos favoráveis, 282 contra e 36 abstenções — o novo colégio de comissários, novamente liderado por Ursula von der Leyen.

A aprovação surge após escrutínio parlamentar (incluindo audições aos comissários europeus indigitados) e intensas negociações nas últimas semanas entre três forças partidárias da assembleia europeia (centro-direita, socialistas e liberais) para um acordo político sobre os sete nomes pendentes de um total de 26 comissários, alcançado há uma semana e para o qual foram cruciais várias cedências.

Ursula von der Leyen foi, em julho passado, reeleita no cargo de presidente da Comissão Europeia, que desempenhará novamente a partir de 01 de dezembro num segundo mandato de cinco anos.

O seu próximo executivo comunitário é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% de mulheres e de 60% de homens), uma das quais a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que vai ocupar a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.

Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra na Ucrânia causa pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição na política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária, nomeadamente ao nível da inovação, da descarbonização e da segurança.