Num discurso, Xi sublinhou que Macau é “o único local do mundo que tem como línguas oficiais o português e o chinês” e defendeu que a cidade tem de aproveitar “a sua singularidade” para desempenhar “o papel de plataforma entre a China” e os países lusófonos.

O território tem “desempenhado um papel muito importante ao longo da história” da China, como “uma janela para o exterior”, “aproveitando a sua vantagem única de ser a mistura de diferentes culturas”, disse o líder chinês.

Mas Xi sublinhou que Macau precisa de “uma atitude mais tolerante, mais aberta, de estabelecer mais laços de cooperação com o exterior”, para “projetar a imagem” da região no exterior e ter “o seu lugar no palco internacional”.

O líder chinês defendeu a necessidade de “otimizar o ambiente de negócios” e “renovar as leis que têm a ver com o comércio” de forma a “atrair mais recursos e investidores internacionais”.

O parlamento de Macau está atualmente a discutir uma proposta de lei para encorajar a criação de fundos de investimento que possam atrair investidores do estrangeiro, incluindo dos países lusófonos.

No discurso, Xi Jinping apelou a Macau para “alargar a rede de amigos”, “continuar a ser aberto ao exterior”, “fomentar o intercâmbio entre os chineses e os estrangeiros”.

O líder chinês deu como exemplo a iniciativa Uma Faixa, Uma Rota, o enorme programa estratégico de infraestruturas internacionais lançado por Xi em 2013.

De acordo com o chefe de Estado, Macau precisa de “fazer reformas” para diversificar a economia, altamente dependente do turismo e dos casinos.

Nos primeiros nove meses do ano, os serviços turísticos representaram 79,7% da economia da cidade.

Xi Jinping lembrou que “o Governo Central decidiu desenvolver Hengqin [a vizinha ilha da Montanha] com o objetivo de diversificar a economia de Macau, de facilitar a vida e o emprego dos cidadãos de Macau”.

O líder chinês alertou que a aposta na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau “é para persistir” e que “não podem desenvolver indústrias fora desta iniciativa”.

Xi defendeu ainda que Macau deve, “de uma forma proativa, participar no desenvolvimento da Grande Baía” Guangdong–Hong Kong–Macau.

A Grande Baía é um projeto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, com 86 milhões de habitantes e uma economia superior a um bilião de euros em 2023.

Xi Jinping falava após a tomada de posse do novo chefe do Executivo do território, Sam Hou Fai, no dia em que se comemora o 25.º aniversário do estabelecimento da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).