Depois de se ter mostrado “preocupada” com a falta de sanções para a jovem patinadora, campeã olímpica por equipas, por parte das autoridades antidopagem russas, a AMA decidiu agora apelar para o tribunal, sediado em Lausana, na Suíça, para que a patinadora possa ser sancionada, segundo uma nota hoje divulgada.
Este protesto visa precisamente a decisão dos tribunais russos, que não sancionaram a atleta, a primeira mulher a conseguir um salto quádruplo em competições olímpicas, entre numerosos feitos mundiais.
Segundo o apelo, também os resultados conseguidos desde 25 de dezembro de 2021, data da colheita da amostra que mais tarde deu positivo, seriam cancelados, incluindo os alcançados nos Jogos Olímpicos de inverno Pequim2022.
A campeã da Europa de 2022 testou positivo à trimetazidina, utilizada no tratamento de angina peitoral e banida desde 2014, encontrada em quantidades mínimas no corpo.
A defesa de Valieva alegou uma possível contaminação “pelos talheres partilhados” entre a atleta e o avô, que é tratado com este medicamento.
Em causa está uma decisão judicial na Rússia que não sancionou Valieva pelo teste positivo em 2021, então nos Nacionais russos, apenas desqualificando os resultados obtidos no dia em que a amostra foi recolhida.
O tribunal russo considerou que a patinadora, campeã olímpica na competição por equipas em Pequim2022, não devia ser sancionada, ainda que admita uma violação do código antidopagem.
A participação de Valieva já tinha sido alvo de polémica, ainda que os tribunais tenham permitido a participação da atleta nascida em abril de 2006, que tinha 15 anos quando testou positivo, e não houve lugar a cerimónia de pódio para o ouro olímpico por equipas.
Além do ouro por equipas, ao lado de outras atletas russas que atuaram sob a bandeira do comité olímpico do seu país, no âmbito da suspensão da bandeira, hino e nome “Rússia” do desporto por causa de um escândalo de doping, a jovem foi quarta na competição individual.
Valieva é a campeã europeia em exercício e apresenta já três pontuações que, à altura, foram recordes do mundo.
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