Hulk, de oito anos, o mais novo ‘b-boy’ a participar nas batalhas na categoria de ‘Kids Break’, enfrentou o atleta King Kong, de 13 anos, conseguindo apurar-se nos duelos para ir à final. O público delirou, assobiou e aplaudiu tão alto que as vibrações de entusiasmo contagiaram os mais dormentes.
Quando o DJ ‘disparava’ uma música para os atletas começarem as suas rondas nas batalhas — músicas sempre desconhecidas e que obrigavam ao improviso dos atletas -, a tensão e o nervosismo eram visíveis na face dos ‘b-boys’ e ‘b-girls’, mas também no público, que variava de bebés de colo a avós de bengala.
Hoje, no tudo ou nada da World Battle 2022, houve competição em cinco categorias do vulgarmente designado ‘breakdance’ – ‘Top styles only’, ‘Kids Battle’, quartos de finais e finais de ‘b-boy’ e ‘b-girl’ individual e quartos de finais e finais em ‘5 para 5’ em ‘breaking’ profissional misto.
Das batalhas vão sair “cinco vencedores, sendo que dois são coletivos e três individuais”, explicou o organizador do evento, Max Oliveira, referindo que há uma grande expectativa nesta competição, porque os vencedores podem vir a chegar ao pódio em Paris2024.
A ‘b-girl’ chinesa 671, a italiana Anti, a alemã Jilou, a colombiana Luma são as rivais da ‘b-girl’ Vanessa Marina, a única portuguesa nesta competição.
Antes de ter vencido as batalhas com a colombiana Luma e a chinesa Fenqui, e de se ter qualificado para a final, Vanessa Marina disse à Lusa que as grandes rivais na competição seriam as atletas chinesas.
No que diz respeito ao ‘b-boys’ em competição, Max Oliveira disse que quando olhou para o ‘line-up’ (alinhamento) de ‘b-boys’ “deitou as mãos à cabeça”, porque nesta fase de ‘top’ oito qualquer um tem nível. No grupo ‘top 8’ está o ‘b-boy’ português Deeogo, mas perdeu as duas rondas na batalha com o ‘breaker’ Grom, ficando afastado da final.
A equipa alemã Bad Habbits, que foi hoje eliminada na batalha de ‘crews’ pela homóloga polaca, era uma das que estava a aquecer nos bastidores.
Um dos elementos da equipa, um atleta russo de 22 anos, contou à Lusa que da sua equipa fazem parte atletas do Irão, Turquia e Vietname.
Considerou também que a integração do ‘breaking’ no programa olímpico é uma forma de os atletas serem mais respeitados, apesar de considerarem os Jogos como só mais uma “competição”.
No fim da conversa com a Lusa, confessa que gostou muito do Porto: “Estive a passear e vi as pontes sobre o rio Douro. Gostei de experimentar a francesinha”, desvenda.
Também Gera, atleta bielorrusso de 13 anos, revela que gostou de conhecer a cidade, o mar e a Ponte de D. Luíz.
Gera, que começou a dançar aos cinco anos, treina três horas por dia, sete vezes por semana, e hoje envolveu-se numa batalha com o atleta brasileiro Flip, de 16 anos. Infelizmente, perdeu, mas ganhou experiência e sentiu o ‘beat’ das palmas do público, que com certeza o ajudaram a amainar a tensão e os nervos.
A World Battle 2022, uma das maiores competições de ‘breaking’, aconteceu entre quinta-feira e hoje na cidade do Porto, e teve a participação mais de meio milhar de atletas, de mais de 50 nacionalidades, com a participação portuguesa entre de mais de 30 atletas.
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