"Estão todos calmos? Às vezes penso que vocês não percebem que estão a falar com seres humanos com pais e filhos", começou por dizer.
"É muito diferente ouvir absolvido por falta de provas. Não podem perpetuar o crime que foi feito sobre mim. Isto que me foi feito foi um crime. Se vocês, que são quem informa as pessoas, tiverem a coragem em dizer que fui absolvido e que fui considerado inocente, eu posso sair do meu confinamento de dois anos", disse.
Bruno Carvalho diz que o seu sentimento era o mesmo de sempre e que não sentia alívio porque se trata da assunção que foi "efetuado um crime como nunca tinha visto em Portugal".
"O que hoje aconteceu foi a assunção de uma coisa que eu sabia há dois anos. Está nas vossas mãos, dos vossos colegas, não perpetuar mais crime. Eu não posso estar a vir para um tribunal e estar a ouvir que clamo inocência e que há falta de provas. Isso não é justo", afirmou.
Questionado sobre se pretendia voltar a ser sócio do Sporting, respondeu que "era de elementar justiça que isso acontecesse". Porém, alegou que deixava a decisão à "consciência dos sportinguistas".
O ex-presidente leonino questionado sobre se tinha uma mensagem para os adeptos respondeu: "Que fui sempre inocente".
"Que deviam de ter confiado. Que dei tudo o que tinha pelo Sporting. Coloquei o Sporting muitas vezes à frente da minha vida, da minha família", acrescentou, antes de criticar novamente os jornalistas como já tinha feito à entrada do tribunal na parte da manhã.
"É o recuperar de um crime violentíssimo de quase mutilação de carácter. Foi o que me fizeram: um assassinato de carácter. E, aí, continuo a dizer, todos vocês têm um papel. De como é que vão dar as notícias e de como abordam estas questões. Nenhum cidadão merece passar pelo que eu passei", disse, acrescentando que aos restantes arguidos foram dadas penas exemplares, "mas não se caiu na tentação de fazer deste caso um exemplo".
Já Nuno Mendes, líder da claque Juventude Leonina, conhecido por Mustafá, também absolvido da autoria moral do ataque à academia dos ‘leões', criticou a "má investigação" do Ministério Público e confessou o seu alívio por este desfecho.
"Estou satisfeito, claro que sim, depois do que passei. É um alívio, porque foi muto grave e não havia necessidade disto. Vou seguir com a minha vida em frente e falar com o meu advogado", afirmou, deixando em aberto a possibilidade de avançar com um pedido de indemnização ao Estado português.
Por seu turno, Bruno Jacinto, ex-Oficial de Ligação aos Adeptos do clube leonino e outro dos absolvidos pela juíza Sílvia Pires, disse à saída do Tribunal de Monsanto que este era o desfecho que esperava.
"Sempre estive de consciência tranquila neste processo e deram-me razão. Estava à espera deste desfecho e saio de cabeça levantada. Provou-se que nunca devia ter entrado neste processo e agora espero ser reintegrado na sociedade", declarou, emocionado.
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