“A equipa de futebol não está a corresponder, já fizemos uma análise sobre as medidas fundamentais a ser implementadas para surtirem efeito já nesta época e na próxima. Não atirámos a toalha ao chão”, disse o presidente do Sporting no auditório de Alvalade, lotado de associados, a quem disse esperar que a equipa “ainda dê esta época as alegrias que os sportinguistas esperam”.
Depois de relembrar “o rumo em direção ao caos” em que se encontrava o Sporting quando chegou ao clube em 2013, “sem dinheiro para pagar salários e sem credibilidade”, Bruno de Carvalho passou a elencar o que considerou ser “obra feita” no mandato que termina e a obra que quer realizar nos próximos quatro anos se os sócios renovarem a confiança no seu projeto, para o qual diz contar com uma equipa “sólida, competente, bem preparada e com provas dadas”.
Da obra feita destacou a ultrapassagem da fasquia de 150 mil sócios, que “corresponde a um aumento de 60 mil durante o mandato e que constitui o maior crescimento da história do clube”, e o objetivo de, no decorrer do próximo mandato, “entrar no ‘top’ 3 dos clubes da Europa com mais associados”.
Outro aspeto que relevou foi a média de assistências no estádio de Alvalade durante a última época, que rondou os 40 mil espetadores, e o aumento do número de modalidades de 35 para 50 ao longo do mandato, nomeadamente o regresso do hóquei em patins e do ciclismo, e o reforço da competitividade em todas elas.
Enalteceu os dois títulos europeus conquistados pelo Sporting no hóquei em patins e no atletismo, o desenvolvimento do desporto adaptado, no qual o Sporting é uma referência a nível nacional.
“O conformismo e a luta pela sobrevivência deram lugar à crença e à ambição, o que representa uma enorme conquista”, disse Bruno de Carvalho que não deixou de destacar “a recuperação económico-financeira, que passou por um duro processo negocial que durou um ano”.
Sobre esta área, prometeu “continuar a trabalhar arduamente para honrar os compromissos da SAD e manter a situação financeira estável”, apresentando como lucros do primeiro trimestre da época 2016/17 “um valor de 63 milhões de euros de lucros, três dos quais foram canalizados para o clube”.
Recorrendo de novo aos números, o atual presidente salientou o recorde histórico alcançado com as receitas decorrentes das vendas de futebolistas, duas das quais, de João Mário e Islam Slimani, entraram no lote das dez maiores vendas na Europa, o primeiro em quarto, que se tornou na maior transferência de sempre de um jogador português para o estrangeiro, e o segundo em décimo.
O “reforço do património” foi outro ponto destacado por Bruno de Carvalho, que aludiu à construção do Pavilhão João Rocha, prestes a ser concluído, como “um sonho realizado de milhões de sportinguistas”, sem esquecer “novos campos de futebol, melhoramentos na Academia de Alcochete e no Museu do clube, além da criação de melhores condições para os atletas olímpicos e paraolímpicos”.
O facto de o Sporting ter 12 jogadores formados no clube no plantel principal de futebol e liderar as convocatórias para as seleções jovens foi outro aspeto que Bruno de Carvalho salientou, a par da mudança de atitude em relação às antigas glórias do clube, de que é exemplo a homenagem promovida pelo centenário da conquista da Taça das Taças, que envolveu a viagem dos heróis ao palco dessa conquista, em Antuérpia.
Em relação ao principais objetivos para o próximo mandato, Bruno de Carvalho elencou a expansão da marca Sporting pelo mundo, a criação de novos núcleos e escolas a nível nacional e internacional, o crescimento de novas plataformas de comunicação, com a criação de uma radio do Sporting, à semelhança da Sporting TV.
A criação de um Centro de Atletismo de Alto Rendimento, ao qual será dado o nome do professor Moniz Pereira, é outra das metas que Bruno de Carvalho promete concretizar no próximo mandato, com “condições únicas para os atletas do clube e que honre a memória do ‘senhor atletismo’”.
"Não há tempo para experiências e amadorismo"
Afirmando que "não podemos voltar ao pesadelo de 2013", o atual Presidente leonino olhou para as eleições no Sporting que acontecem a sensivelmente daqui a um mês.
Bruno de Carvalho começou por sublinhar que a sua direção recuperou o clube e construiu património. "Está prestes a ser inaugurado o tão desejado e merecido pavilhão João Rocha", lembrou.
Realçando estar rodeado de uma equipa "sólida e competente", o homem forte de Alvalade disse ter "estancado" o clube no primeiro mandato, esperando que no segundo possa vir a "consolidar" o trabalho feito. Ideia essa sublinhada pelo seu mandatário nacional, o psiquiatra Daniel Sampaio: "de um clube em risco passámos para um clube financeiramente estável ", disse.
No final, dizendo que no "Sporting não há guerra", e confirmando que existirá um debate com Pedro Madeira Rodrigues, o outro candidato à presidência leonina, o atual Presidente dos leões disse que este não era tempo para "experiências e amadorismo". Surgindo assim, mais uma vez, a uma só voz com Sampaio que diz que não "estamos em tempo de experiências", mas sim perante a necessidade de "uma renovação da confiança".
E Bruno de Carvalho sente-se confiante, "em 45 anos de vida, pela primeira vez sinto o Sporting unido", disse o homem recandidato à liderança do clube de Alvalade, disse.
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