Na conferência de imprensa de antevisão da deslocação ao terreno do Gil Vicente, domingo, na 32.ª jornada da I Liga de futebol, o treinador abordou a série negativa da equipa nas últimas jornadas – três jogos seguidos sem ganhar e apenas duas vitórias nas últimas nove rondas.
Para Carlos Carvalhal, existem “situações a ultrapassar culturalmente”, lembrando que, nos últimos 10 anos, o Sporting de Braga tem quebrado várias vezes nas derradeiras 10 jornadas.
“Temos que ultrapassar essa barreira, mudar essa realidade. Queremos acabar de forma diferente do que o Braga fez nos últimos 10 anos e sair por cima no campeonato. Decaímos um bocado e assumimos essa responsabilidade, mas temos capacidade para dar a volta. Andámos em segundo lugar, mas não nos conseguimos estabilizar nessas posições e temos que ver porquê. Podemos fazer melhor e isso passa pela cultura da exigência. Quando a pontuação já não é significativa, a motivação de defender o Sporting de Braga tem que ser maior do que tudo”, disse.
Questionado sobre se pondera ter um plantel mais extenso na próxima época, para estar mais preparado para eventuais ciclos competitivos densos, como aconteceu esta temporada, Carlos Carvalhal respondeu que não, porque o projeto do clube também “passa pela formação”.
“Esperando que não tenhamos uma época com características como esta, com lesões graves em jogadores chave, isso sobrecarregou quatro ou cinco jogadores, mas na altura olhámos para o rendimento desportivo e a equipa estava a ganhar em catadupa. Neste momento, a fadiga já não se coloca, já aliviámos três ou quatro jogadores, até em termos mentais. Acabou a conversa da fadiga, agora é a conversa do foco, da ambição e de acabar a época bem. Estamos a tempo de escrever a página mais brilhante do Sporting de Braga em 100 anos de história”, disse, numa alusão à eventual conquista da Taça de Portugal, frente ao Benfica.
O treinador frisou que o motivo da queda de produção da equipa é psicológico e não físico.
“Isto é tudo mental, não temos um problema de cariz físico na equipa, não houve um jogador com quebras físicas durante um jogo. Como é possível decair desta forma depois da exibição com o Rio Ave, mesmo sem termos feito um grande jogo, uma das melhores exibições da época com o Boavista, um jogo de elevada entrega e atitude com o Sporting? Tem a ver com o foco, temos que mudar de mentalidade, de cultura e de exigência, de abordar todos os jogos para ganhar, independentemente da classificação ou da pontuação”, disse.
Depois das críticas à equipa, após o empate caseiro com o Paços de Ferreira (1-1), Carlos Carvalhal assumiu o “repto” lançado, mas frisou que “ninguém está de fora”.
“Há sempre ilações a tirar nos jogos e tirámos muitas neste jogo. Os jogadores jogaram o jogo cada um por si e isso tem que ser criticado”, frisou.
Já com Al Musrati disponível, após cumprir castigo, Carlos Carvalhal disse esperar uma “reação positiva [da equipa], de compromisso e de ambição”.
“Já dissecámos o jogo do Paços de Ferreira e, sobretudo na primeira parte, não quer dizer que não tivesse havido atitude, mas o futebol é um desporto coletivo e a atitude passa pela ligação entre todos os elementos”, disse.
O treinador considerou que o Gil Vicente “é uma equipa muito bem organizada” e que o seu técnico, Ricardo Soares, “está a fazer um trabalho muito bom”, que colocou já os gilistas praticamente a salvo da descida de divisão.
Sporting de Braga, quarto classificado, com 59 pontos, e Gil Vicente, 11.º, com 35, defrontam-se a partir das 20:00 de domingo, no Estádio Cidade de Barcelos, jogo que será arbitrado por André Narciso, da associação de Setúbal.
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