“Esta decisão é favorável para a Académica ter futuro, que é aquilo que todos desejamos. Estamos numa fase decisiva e esta direção, eleita a 15 de junho, foi obrigada, nos termos da lei, a apresentar-se à insolvência”, disse aos jornalistas, no final, o presidente Miguel Ribeiro.
Em setembro, para fazer face à situação económica da SDUQ a direção da “briosa” deu entrada com um pedido de insolvência e reestruturação no Juízo de Comércio do Tribunal Judicial da Comarca de Coimbra, secção de Montemor-o-Velho.
A assembleia de credores definiu que a dívida da SDUQ do clube dos “estudantes” é de 12,9 milhões de euros, distribuída por cerca de 60 credores, sendo que os maiores são o Estado Português e a Segurança Social (cerca de dois milhões de euros), o grupo brasileiro Guimarães e Neto (750 mil euros), a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo (300 mil euros) e a Sporting SAD (150 mil euros).
“Hoje foi momento decisivo, já que poderia ter sido liquidada a SDUQ e o futebol da Académica ia ainda para patamares mais baixos ainda do que a 3.ª Liga, onde compete atualmente”, salientou o presidente da direção, que mantém a aposta na recuperação da equipa de futebol e colocar o clube, de forma “gradual, e sem obsessão, no patamar que merece”.
Salientando que continua a defender uma Sociedade Desportiva Anónima (SAD) para o clube, Miguel Ribeiro garantiu que a Académica vai cumprir o prazo de 60 dias para apresentar um plano de recuperação do clube, “com todo o esforço como o temos feito desde que fomos eleitos”.
“Hoje sabemos exatamente o que devemos e dentro de 60 dias vamos saber como pagar, qual o plano e o prazo para o fazer. E aí temos de criar uma SAD, maioritariamente da Académica, que nunca colocará em risco o nome, o símbolo e a sua sobrevivência”, sublinhou.
Segundo o presidente da Académica, o dinheiro que vier a ser investido terá de ser canalizado para a equipa de futebol, reestruturação dos recursos humanos, profissionalização de todos os setores do clube e recuperação dos equipamentos degradados.
Na assembleia de credores de hoje, apenas a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Coimbra se absteve na votação, em que estiveram presentes a maioria dos credores.
Desde que tomou posse, a atual direção salientou que já efetuou pagamentos que ascendem a mais de 800 mil euros, dos quais 250 mil euros para salários em atraso.
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