"Aconteceu uma conversa com Ronaldo, mal seria se não tivesse acontecido. Tinha de acontecer essa conversa, não faço isso a todos, é verdade, mas alguém que é quem é, tudo o que representa aos portugueses, naturalmente que tinha de ter essa conversa com ele. Aconteceu no dia do jogo, depois de almoço. Não tive qualquer conversa antes. Expliquei-lhe as razões porque ele não ia jogar. Disse que não contava com ele de início, que iria ser muito importante durante a partida, que poderia resolver o jogo na segunda parte", começou por dizer Fernando Santos, revelando depois a reação do capitão.
"Cristiano não ficou satisfeito, é óbvio, jogou sempre a titular, é normal que não tenha ficado satisfeito. Não aceitou os argumentos de forma simples, mas foi uma conversa normal e tranquila. Mas nunca me disse, a mim, ou a qualquer um dos que aqui estamos, que queria sair da seleção", afirmou.
Fernando Santos pediu também alguma ponderação no tema Cristiano Ronaldo, dando um exemplo do que aconteceu na partida com a Suíça.
"É tempo de pararmos com algumas coisas. É moda só apontar ao Cristiano, se há melhor exemplo é o que ele deu no jogo. Festejou os golos de todos os colegas e vibrou com o jogo, mas todos se focaram no facto de o capitão ter saído do campo sozinho. Foi ele que deu o grito na cabina, saltou em todos os golos, no fim foi ele que chamou os colegas para bater palmas", salientou o selecionador, abordando depois o confronto de sábado com Marrocos.
"Marrocos é fortíssimo, não sei como é que se diz que não é favorita. Só tem um golo sofrido, quatro marcados e foi a única que fez 7 pontos na primeira fase. Depois tem jogadores que jogam nas melhores equipas do Mundo, Chelsea, PSG, Bayern. Só quem não viu o jogo com a Espanha e Croácia é que duvida da qualidade da equipa. Não podemos pensar que vai ser fácil, porque não vai. Recordo o jogo do Mundial 2018, o mais difícil que tivemos, mesmo vencendo 1-0. Sofremos muito", disse, confiando, ainda assim, numa vitória.
"Os jogadores já viram, sabem da qualidade do adversário e têm de chegar ao campo sem receios e com confiança. Quando não tivermos bola temos de a ir procurar, sermos intensos... Se continuarmos a melhorar como temos melhorado, com mais ou menos dificuldade, acredito que Portugal vai ganhar", completou.
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