“Treino todos os dias e sofro todos os dias na pista, de forma a estar o mais forte possível. Nunca treinei somente para ser mais um figurante numa grande competição”, frisou, em declarações à imprensa, numa unidade hoteleira.

Os Jogos Olímpicos deste ano serão os quartos e últimos de Nelson Évora, que tem como ponto mais alto da carreira o ouro olímpico conquistado em Pequim2008, mas o luso-cabo-verdiano afirmou que vai encarar a competição “como se fossem os primeiros Jogos”.

“Quero que seja uma experiência nova, vou completamente focado no meu trabalho, mas com ambição de viver esta experiência outra vez, como se nunca a tivesse vivido, e vou competir como se nunca tivesse ganho nada”, sublinhou.

O atleta do Sporting, que inicia a época no Meeting de Paris, em 02 de fevereiro, expressou que a preparação “está a correr muito bem” e espera que o continente asiático volte a ser um talismã, depois de Pequim2008 e do título mundial em Osaca, no Japão, em 2007, não se mostrando preocupado com as condições climatéricas que os atletas encontrarão em Tóquio.

Com 35 anos, Nelson Évora acredita que não tem “nada a perder”, embora ambicione “fazer grandes saltos”, que só o conseguirá saindo da zona de conforto, explicando assim a prestação nos Mundiais de Doha, em 2019, onde falhou o acesso à final do triplo salto.

“Foi um risco que tomei, bem antes de Doha. Saí da minha zona de conforto e experimentei coisas completamente diferentes. Não me adaptei a essas mudanças técnicas, mas, quando acreditamos no trabalho e num projeto, tem tudo para correr bem. Já passaram alguns meses e já pude retificar esses detalhes, que levaram à não qualificação no Mundial de Doha”, disse.

Uma dessas mudanças técnicas foi a forma de abordagem ao salto, que obrigava o atleta “a travar antes de saltar”, devido ao movimento de braços.

“Se eu travava um pouco antes de saltar, estava a perder centímetros e, quem quer saltar muito, não pode perder absolutamente nada na tábua de chamada. Essa fluidez de abordagem ao salto leva a que seja muito mais difícil para mim fazer um bom salto ou manter-me dentro do espaço legal”, explicou.

Apesar de existirem ‘favoritos’, Nelson Évora avisou que, no triplo salto, “há sempre surpresas”, assegurando que “tudo está em aberto”, lamentando ainda a exclusão da disciplina da Liga Diamante, durante este ano.

“Tenho pena que o triplo salto tenha sido afastado da Liga Diamante, tanto masculino como feminino, como outras provas que estavam a ter muito sucesso, mas acredito que as disciplinas que foram afastadas do circuito vão dar a volta por cima e vão conseguir atrair o público”, concluiu.

A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) anunciou, em novembro, que iria excluir parcialmente o triplo salto, os 200 metros, os 3.000 metros obstáculos e o lançamento do disco, em masculinos e femininos, do programa da Liga Diamante em 2020, com a intenção de reduzir as sessões a uma duração de 90 minutos, para efeitos televisivos.

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