Quando Marco Fritz apitou para o final do Mainz-Borussia Dortmund, jogo do campeonato alemão que se realizou nesta tarde, alguns corações benfiquistas podem ter tremido.
Afinal de contas, o Borussia Dortmund entrou na última jornada da Bundesliga no primeiro lugar da classificação, só que deitou tudo a perder com um desapontante empate em casa com o Mainz, que lhe custou o título.
Mau prenúncio para os lados da Luz? Nem por isso.
Três anos depois da conquista do último campeonato, o Benfica entrava na última jornada do campeonato com uma certeza: se ganhasse na Luz ao já despromovido Santa Clara, sagrava-se campeão nacional (sendo que até um empate podia bastar).
Não se sabe se Roger Schmidt, o alemão que chegou este ano a Portugal para liderar a equipa do Benfica, assistiu ao “desastre” de Dortmund – e avisou os seus jogadores para não facilitarem. O que se sabe, isso sim, é que antes da meia hora os seus pupilos já venciam por 2-0, com golos de Gonçalo Ramos e Rafa, tendo ainda havido tempo para Grimaldo, que se viu envolvido numa polémica na reta final do campeonato por ter sido tornado pública a sua mudança para o Bayer Leverkusen ainda antes da época terminar, fazer o 3-0 final de penálti e despedir-se da Luz em beleza.
O Benfica de Roger Schmidt foi o melhor ataque e a melhor defesa do campeonato, teve em Gonçalo Ramos e João Mário os 2.º e 3.º melhores marcadores da liga (só superados pelo iraniano Taremi, do Porto) e liderou a competição quase desde a primeira hora.
É provável que os responsáveis das águias não digam que este foi um título “fácil”, tal como Jonas, antiga glória da Luz, referiu ao SAPO24, lembrando-se também dos seus feitos de águia ao peito.
Mas este é um título que, para além das estrelas dentro de campo, tem também o dedo do presidente do clube. Rui Costa, que chegou à liderança das águias depois de quase 18 anos de Luís Filipe Vieira na presidência, conseguiu tornar-se campeão pelo seu clube do coração – pelo qual já chorou em campo – como jogador e presidente, um feito inusitado e provavelmente inédito em Portugal.
No final do encontro, os jogadores do Benfica fizeram a tradicional invasão da conferência de imprensa e “banharam” o seu treinador com espumante. Tudo porque, três anos depois, o país volta a pintar-se de vermelho. A festa segue agora para o Marquês de Pombal.
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