“Será nos tribunais civis que esta decisão ilegal será dirimida e anulada e será nos mesmos tribunais que irá ser solicitada a dissolução deste conselho fiscal, que, ao arrepio das elementares leis do país, se deixou enredar numa teia de submissão a um homem, violando não somente os estatutos, mas também aquilo que deveria ser a sua missão de fiscalizar a atividade da direção”, pode ler-se no comunicado que o antigo dirigente dos ‘leões’ e candidato à presidência do clube emitiu na sequência do anúncio da sua expulsão de sócio do clube pelo Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD).
Justamente por entender que o CFD não cumpriu a missão para a qual foi eleito pelos associados e que compactuou com o que está a ocorrer, Cristóvão defende a sua dissolução e a convocação de eleições para esse órgão no mais curto espaço de tempo.
“Um conselho fiscal que, devidamente advertido da prescrição do ato disciplinar, continua como se tudo estivesse dentro da legalidade, é um conselho disciplinar que tem que se demitir ou ser demitido. E será isso que irá acontecer”, prevê Paulo Pereira Cristóvão, que se diz imensamente tranquilo quanto ao desfecho final deste caso na justiça e que revela não ter sido notificado pelo clube da sua expulsão, até porque, segundo refere, o processo em questão “já havia prescrito há vários anos”.
Em relação ao ‘timing’ da divulgação da notícia, Paulo Cristóvão considera que o CFD, “de forma submissa ao presidente do conselho diretivo [Bruno de Carvalho] e a arrepio da lei civil”, resolveu tornar pública uma decisão que, “pelos vistos, já havia tomado há um mês, certamente à espera de melhores dias para ser divulgada”.
De resto, o ex-vice-presidente da Direção de Godinho Lopes entende que “o sportinguismo não se vê no cartão de sócio” e lembra que o atual presidente, Bruno de Carvalho, “esteve diversos anos sem pagar qualquer quota de associado” e que, mesmo assim, “é hoje presidente”.
“O sportinguismo é um estado de alma que nos acompanha pela vida e não são aqueles que, pontualmente, estão em funções que lhes permitem ter poder para tal, que definem quem é ou deixa de sentir o Sporting”, pode ainda ler-se no comunicado de Paulo Cristóvão, para quem não é expulsando um sócio que “conseguirão tapar o que deve ser destapado, nomeadamente as graves situações que estão a ser levadas a cabo por quem se julga dono do clube e faz dele o seu único modo de vida”.
O ex-dirigente afirmou que os mesmos que recorrem à mais baixa ordinarice, revelando o que realmente são, “terão que responder na justiça, agora não por violência doméstica, mas sim por outros factos igualmente graves e lesivos dos superiores interesses do Sporting”.
O Sporting tinha anunciado hoje a expulsão de Paulo Pereira Cristóvão de sócio do clube por considerar que o antigo vice-presidente violou os estatutos e não cumpriu os deveres a que todos os associados estão obrigados.
Em comunicado, o clube explicou que a decisão foi tomada “por unanimidade” pelo Conselho Fiscal e Disciplinar em reunião realizada em 06 de outubro.
Segundo o Sporting na base da decisão está “a violação dos seguintes deveres: honrar o clube e defender o seu nome e prestígio, zelar pela coesão interna do clube, manter impecável comportamento moral de forma a não prejudicar os legítimos interesses do Sporting — designadamente, defendendo e zelando pelo património do clube”.
Os ‘leões’ lembram ainda que por ser, à época das infrações, órgão social, [Paulo Pereira Cristóvão] deveria cumprir e fazer cumprir os estatutos e exercer o respetivo cargo com a maior dedicação e exemplar conduta cívica e moral”.
O Sporting informa que a decisão produziu efeitos em 17 de outubro, e explica que a mesma “foi remetida em 13 do mesmo mês ao referido ex-associado, de acordo com a lei, tendo-se constatado que o mesmo se recusou a ser informado da respetiva notificação”.
Segundo o clube, foram já dadas instruções ao departamento de sócios para que “o ex-associado Paulo Pereira Cristóvão seja eliminado da base de dados do clube, não obstante já se verificar que o mesmo não cumpria o dever de pagamento de quotas desde dezembro de 2016″.
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