“Tal como tinha prometido”, o preço da água do Alqueva para rega vai baixar, o que permitirá garantir “melhores condições de competitividade e rendimento para os agricultores” beneficiários do projeto, disse Luís Capoulas Santos à agência Lusa, após ter presidido a uma reunião do Conselho para o Acompanhamento do Regadio de Alqueva, hoje, em Beja.
A redução do preço, que vai variar entre 20% e 33%, “consoante se trate de fornecimento em alta ou em baixa pressão”, vai permitir aos agricultores reduzirem os custos com a água, que é “um dos mais importantes fatores de produção”, frisou.
Desta forma, segundo o ministro, será possível “equilibrar as condições de concorrência entre os agricultores dos diversos blocos abastecidos por Alqueva” e “dar continuidade à trajetória ascendente das exportações, procurando reduzir importações e atingir o equilíbrio da balança comercial do setor, em valor, no horizonte de cinco anos”.
Luís Capoulas Santos adiantou à Lusa que o despacho a determinar os novos preços deverá ser publicado em Diário da República e entrar em vigor “nos próximos dias” e que os agricultores já vão poder beneficiar das novas tarifas na campanha de rega deste ano.
Segundo o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, o preço da água em alta pressão para os agricultores beneficiários diretos vai baixar 20% e passar dos atuais 0,0736 euros para 0,0590 euros por metro cúbico (m3).
Já o preço da água em baixa pressão para os agricultores beneficiários diretos vai baixar 33% e passar dos atuais 0,0475 euros para 0,0320 euros por m3.
O preço da água para os perímetros de rega confinantes também vai baixar 33% e passar dos atuais 0,045 euros para os 0,030 euros por m3.
Os agricultores que aderirem ao regadio do Alqueva vão passar a beneficiar de descontos no preço da água nos primeiros três anos após o primeiro fornecimento, sendo que o desconto será de 60% no primeiro ano, de 40% no segundo e de 20% no terceiro.
Luís Capoulas Santos disse que anunciou os novos preços da água na reunião de hoje do Conselho para o Acompanhamento do Regadio de Alqueva e a redução “foi, naturalmente, uma decisão bem acolhida” pelos representantes dos agricultores e das associações de regantes presentes.
A redução do preço da água do Alqueva para rega “era uma expectativa dos agricultores e nós [Governo], com o uso mais eficiente da água, conseguimos proceder a este abaixamento sem com isso por em causa o equilíbrio financeiro” da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), que gere o empreendimento, disse o ministro.
Também em declarações à Lusa após a reunião, o presidente da Federação Nacional de Regantes de Portugal (FENAREG), José Núncio, disse que recebeu com “muita satisfação” a redução do preço da água do Alqueva para rega e os descontos anunciados pelo Governo.
“Não é bem” a redução de preços que a FENAREG tinha proposto, mas “vai nesse sentido”, afirmou José Núncio, referindo que “o preço da água estabelecido no anterior despacho era completamente limitativo, inviabilizava a utilização de água em certas culturas e estavam em risco as áreas de regadio e a adesão dos agricultores ao regadio nas áreas do Alqueva”.
Segundo José Núncio, os novos preço da água do Alqueva, apesar de “não ser propriamente barata”, já ficam “mais equiparados” aos preços praticados noutros perímetros de rega.
O ministro adiantou, por outro lado, que, na semana passada, teve uma reunião com um alto representante do Banco Europeu de Investimento, o qual lhe prometeu que “haverá uma resposta dentro de muito pouco tempo, três, quatro semanas”, sobre a candidatura que o Governo apresentou para obter um empréstimo de 213 milhões de euros para financiar, no âmbito do Plano Juncker, a ampliação da área de regadio do Alqueva em 47 mil hectares.
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