Em reação à decisão instrutória do juiz de instrução criminal do Barreiro, Carlos Delca, de levar a julgamento todos os 44 arguidos do processo, o representante legal do ex-presidente ‘leonino' não quis concretizar os nomes, mas garantiu que "vão ter de dar muitas explicações".
"Há muita gente poderosa por trás do ataque à Academia, mas este acaba por ser um aproveitamento do que se veio a verificar depois, que foi o assalto aos 515 milhões (de euros) do contrato da NOS", apontou Miguel Fonseca à saída do Tribunal de Instrução Criminal do Barreiro.
O causídico reforçou, ainda, que os "autores morais do golpe foram protegidos pelo sistema" durante o inquérito, mas prometeu chamar todos a depor durante o julgamento.
"Quando virem o meu rol de testemunhas vão perceber de quem estou a falar. Vão ter de dar muitas explicações aos sportinguistas, ao país, mas sobretudo ao processo", garantiu Miguel Fonseca.
Sobre a decisão de levar todos os 44 arguidos a julgamento, o advogado de Bruno de Carvalho apontou "influências que não têm a ver com os tribunais nem com o processo" para justificar a decisão do juiz Carlos Delca.
"Não consigo perceber o que o fez mudar de ideias entre novembro, no dia em que validou a inexistência de indícios em relação aos outros arguidos, e o dia de hoje, em que termina esta decisão mantendo um deles em prisão preventiva", comentou Miguel Fonseca.
Hoje, o tribunal do Barreiro decidiu, após a fase instrutória, levar a julgamento todos os arguidos acusados pelo Ministério Público (MP), num processo em que apenas o líder da Juventude Leonina, Mustafá, continuará em prisão preventiva.
O ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho, que estava sujeito à medida de coação de apresentações diárias às autoridades, passará a apresentar-se “quinzenalmente”, determinou hoje o juiz de instrução criminal (JIC) Carlos Delca.
Aos arguidos que participaram diretamente no ataque à Academia do Sporting, o MP imputa-lhes na acusação a coautoria de crimes de terrorismo, de 40 crimes de ameaça agravada, de 38 crimes de sequestro, de dois crimes de dano com violência, de um crime de detenção de arma proibida agravado e de um de introdução em lugar vedado ao público.
Bruno de Carvalho, o líder da claque Juventude Leonina, Nuno Mendes, conhecido por ‘Mustafá’, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 de ofensa à integridade física qualificada, de 38 de sequestro, de um crime de detenção de arma proibida e de crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. ‘Mustafá’ vai responder também por um crime de tráfico de droga.
A instrução, fase facultativa, foi requerida por vários arguidos, incluindo o antigo presidente do clube Bruno de Carvalho, e visa decidir por um JIC se o processo segue e em que moldes para julgamento.
Comentários