“No final de 2024, o montante total de empréstimos concedidos pelos bancos a particulares registou uma taxa de variação anual de 4,2% (-0,6% no final de 2023)”, avança o banco central, destacando tratar-se do “maior crescimento em final de ano observado desde 2008 (4,5%)”.
Segundo detalha, o montante total de empréstimos para habitação era de 102.400 milhões de euros, mais 3.500 milhões do que em dezembro de 2023 e um crescimento de 3,5%, contrariando o decréscimo de 1,2% registado em 2023 devido à subida das taxas de juro.
Já os empréstimos ao consumo atingiram 20.100 milhões de euros, mais 1.200 milhões do que no final de 2023. Estes empréstimos aumentaram 7,5% em 2024, bastante acima da subida de 4,2% registada em 2023 e a maior taxa em final de ano desde 2019 (9,4%).
De acordo com o BdP, no final de 2024, o ‘stock ‘de empréstimos para crédito pessoal totalizava 12.600 milhões de euros, mais 700 milhões de euros do que no final de 2023, correspondendo a um crescimento de 7,4% (3,6% em 2023).
O crédito automóvel fixava-se em 8.400 milhões de euros, mais 700 milhões de euros do que em dezembro de 2023 e o correspondente a uma taxa de variação anual de 10,1% (2,7% em 2023).
No ano passado, apenas os cartões de crédito, apesar de terem crescido 200 milhões de euros, apresentaram uma taxa de variação anual inferior à registada no ano anterior: 8,7% (10,5% em 2023).
No que se refere aos depósitos de particulares, o ‘stock’ nos bancos residentes totalizava 192.700 milhões de euros no final de 2024, mais 12.900 milhões de euros do que no final de 2023.
Por tipologia, as responsabilidades à vista recuaram 500.000 euros, para 80.200 milhões de euros, enquanto os depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso) aumentaram 13.400 milhões de euros, para 112.500 milhões de euros.
No ano passado, o BdP dá conta de uma inversão da tendência de desaceleração do crescimento dos depósitos que se vinha registando desde 2020 (registou-se mesmo um decréscimo de 1,4% em 2023), tendo-se observado um crescimento de 7,3% em 2024.
Em dezembro de 2024, os depósitos de particulares concentravam-se principalmente nas regiões Norte (57.000 milhões de euros) e Grande Lisboa (55.000 milhões de euros).
Já entre as empresas, o ‘stock’ de depósitos nos bancos residentes totalizava 69.400 milhões de euros no final de 2024, mais 5.300 milhões de euros do que no final de 2023 e uma subida de 7,9%, contrariando a queda de 4,5% registada em 2023.
A região da Grande Lisboa detinha a maior parcela dos depósitos das empresas (28.000 milhões de euros), seguida da região Norte, com 21.000 milhões de euros.
Relativamente aos empréstimos a empresas, no final do ano passado ascendiam a 72.600 milhões de euros, menos 600 milhões de euros do que no final de 2023.
O regulador detalha que o decréscimo do montante vivo de empréstimos às empresas decorreu essencialmente de perdas em operações de vendas de crédito (variações de volume e preço), que mais do que compensaram o aumento dos empréstimos concedidos (transações).
Em 2024, os empréstimos a microempresas e grandes empresas cresceram 7,2% e 0,3%, respetivamente, face ao ano anterior, enquanto os empréstimos das pequenas e das médias empresas decresceram 1,5% e 5,2%, respetivamente.
Por setor de atividade, os empréstimos concedidos aos setores das indústrias e eletricidade e do comércio, transportes e alojamento diminuíram 1,4% e 1,9%, respetivamente, em relação a 2023.
No setor da construção e atividades imobiliárias, os empréstimos aumentaram 5,5%, mais do que no ano anterior (2,1%).
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