
A Casa Branca (presidência) especificou que esta primeira proposta orçamental — a primeira do segundo mandato de Trump – prevê um aumento de 13% no orçamento da defesa e um aumento de 65% no orçamento da segurança interna.
O documento prevê igualmente cortes, na ordem dos 22,6% (cerca de 163 mil milhões de dólares, ou cerca de 143 mil milhões de euros), nas despesas públicas não militares, decorrentes em grande parte do trabalho do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), liderado pelo empresário Elon Musk.
O plano orçamental do Presidente Trump, que fez do combate à imigração ilegal uma das suas prioridades, dá destaque à segurança fronteiriça, procurando financiar “deportações em massa e interromper o fluxo de benefícios ilimitados concedidos a imigrantes ilegais”, segundo a Casa Branca.
Muitos dos cortes defendidos pela administração republicana têm como alvo programas considerados “woke” – um termo pejorativo utilizado pelos conservadores para se referirem a políticas que promovem a diversidade ou as investigações académicas sobre discriminação de género ou racial.
Muitas vezes encarado como uma declaração de valores, este primeiro orçamento desde o regresso de Trump à Casa Branca carrega o peso adicional de definir os objetivos do segundo mandato do Presidente republicano.
O orçamento federal estimado em mais de sete biliões de dólares (cerca de 6,5 mil milhões de euros) do país tem crescido de forma constante, com défices anuais a aproximarem-se rapidamente dos dois biliões de dólares e juros anuais sobre a dívida de quase um bilião de dólares.
Isto deve-se principalmente ao aumento das despesas de emergência da pandemia de covid-19, às alterações no código fiscal e ao aumento dos custos de programas de saúde, como o Medicare e o Medicaid.
A dívida do país, de 36 biliões de dólares (cerca de 31 mil milhões de euros), está a aumentar.
Os democratas estão preparados para criticar o orçamento de Trump como mais uma evidência de que o Governo republicano pretende destruir os programas governamentais de que os norte-americanos dependem.
Isto acontece numa altura em que o Congresso já está imerso na elaboração do grande projeto de lei de Trump, com isenções fiscais, cortes de despesa e reforço de verbas para o esforço de deportação em massa do governo, um pacote que, ao contrário do orçamento, terá força de lei.
É o Congresso, ao abrigo dos seus poderes constitucionais, que decide os planos de despesa, aprova os projetos de lei que autorizam os programas federais e os financia através do processo de dotações.
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