"Foi muito proveitosa, porque não se falou só em teorias, falou-se de ideias concretas, em Portugal, como no México. E que umas estão em curso, outras vão ser aceleradas, e outras irão arrancar num futuro próximo", declarou o chefe de Estado, numa receção à comunidade portuguesa, na Cidade do México.
Sem nunca especificar nenhum projeto ou negócio, acrescentou: "Se eu quisesse anotar na minha agenda, eu diria, do que ouvi de inaugurações de obras que estão em curso, haveria na primavera do ano que vem, no final do ano que vem, no ano de 2019, e por aí adiante, só das que ouvi falar, fora todas as demais".
Marcelo Rebelo de Sousa, que falava perante algumas centenas de representantes da comunidade portuguesa, muitos dos quais empresários, afirmou que "aquilo que está em curso vai continuar", mas que "é preciso alimentar" esse processo.
"E por isso os empresários cá virão uma, duas, três vezes, ou cá estarão permanentemente. E por isso o Governo cá virá as vezes que for necessário, e por isso os embaixadores farão tudo o que está ao seu alcance", prosseguiu.
Neste contexto, quanto ao seu papel, referiu: "Só não digo que eu virei cá muitas mais vezes, porque depois era difícil de explicar à Assembleia da República - porque o Presidente da República tem de comunicar tudo o que faz no estrangeiro à Assembleia da República".
O chefe de Estado, que está no México desde domingo e regressa a Portugal hoje às 12:50 locais (18:50 em Lisboa), qualificou esta deslocação como "uma visita muito especial, uma visita muito curta, e muito intensa, mas muito proveitosa".
"Andámos verdadeiramente a correr de um lado para o outro, mas tendo tempo para parar e para falar em projetos concretos, para aprofundar o relacionamento que já existia, e para sensibilizar para projetos de futuro", descreveu.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "há todas as razões para nós apostarmos no México, todas" e que as relações bilaterais podem "ir muito longe".
"O México é uma potência, é uma economia muito aberta, muito compreensiva, e uma economia que cresce, e que pode crescer muito mais, e que quer diversificar o seu relacionamento externo", salientou.
Numa alusão aos Estados Unidos, o Presidente da República disse que o México "tem um vizinho muito importante na sua vida económica, como na sua vida social e política, mas quer encontrar outros parceiros".
"Portugal pode ser um desses parceiros privilegiados. Está na União Europeia, que o México quer que seja um parceiro, toda ela importante. Tem ligações com África, tem ligações com todos os continentes. Dentro da União Europeia, é dos países com vocação, até mesmo atlântica, que mais se aproxima da vocação do México. Há complementaridades óbvias, e não há nenhuma inamistosidade, nenhum problema no passado, no presente ou previsível para o futuro", argumentou.
Segundo o chefe de Estado, além disso, "não tem o problema de outros parceiros que, pelo seu peso, pela sua projeção, pelas suas estratégias próprias, não têm porventura a flexibilidade que tem Portugal e que têm as empresas portuguesas".
Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que Portugal e México estão "de acordo em tudo o que é fundamental na política a nível mundial" e apontou ainda outro fator: "Empatia, ou há ou não há, e entre nós e os mexicanos há".
O Presidente da República manifestou-se convicto de que o relacionamento bilateral tem "um horizonte de futuro muito promissor", e concluiu o seu discurso afirmando que "correu muito bem nos últimos anos, está a correr muito bem no presente, vai correr muito bem no futuro".
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