Num relatório sobre a evolução do endividamento soberano, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) indica que Portugal é o país entre os 38 analisados mais dependente do banco central, já que detém 50% da sua dívida.
Segundo a OCDE, em média, 25% do saldo da dívida dos países em análise é detida pelos bancos centrais.
Contudo, “esse número varia de 0% no Chile, República Checa, Dinamarca e Noruega a 50% em Portugal”.
A OCDE alertou ainda que as condições de mercado se deterioraram com o aperto da liquidez nos mercados dos títulos soberanos, aconselhando a utilização de uma variedade de ferramentas para apoiar a liquidez.
Além do aumento dos custos de financiamento, destaca que se verificou “uma deterioração nas condições de mercado e de liquidez”.
“Os principais fatores citados para esse declínio foram a incerteza macroeconómica, desenvolvimentos da política monetária, riscos geopolíticos e deterioração do sentimento do investidor”, apontam.
A OCDE assinala que a reversão dos programas de compra de ativos dos bancos centrais também pode pressionar os mercados de diversas formas, o que considera que “pode aumentar os custos para os participantes do mercado e, consequentemente, os rendimentos, embora os efeitos exatos dependam do ritmo e da magnitude do aperto”.
Assim, reitera “a importância de os gestores de dívida usarem uma variedade de ferramentas para apoiar a liquidez”, inclusive através de comunicação aprimorada com o mercado, utilizando títulos existentes e recompras.
A OCDE dá ainda nota de que as necessidades de financiamento dos países e os níveis de dívida continuam mais elevados face ao período pré-pandemia, recordando que as respostas orçamentais à crise da covid-19 levaram a níveis recorde de emissão de dívida nos países da organização.
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