“Nós [PSD] dirigimos 12 perguntas ao primeiro-ministro e ele deixou seis sem qualquer resposta e usou, como é seu timbre, de uma habilidade, que foi, em vez de responder às 12 perguntas uma a uma, respondeu de uma só vez às 12”, disse Luís Montenegro, aos jornalistas, na Guarda, onde se encontra no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal”, antes de participar numa reunião do movimento Acreditar.
Perante a resposta do primeiro-ministro às 12 questões inicialmente colocadas pelos sociais-democratas, o líder do PSD assegurou: “vamos dar uma segunda oportunidade ao primeiro-ministro de responder às seis [perguntas] que não respondeu e de clarificar algumas das afirmações que fez na resposta global que dirigiu ao parlamento”.
“Esperamos, sinceramente, que o doutor António Costa possa ser mais clarividente, possa afastar qualquer dúvida que, infelizmente, subiste relativamente àquilo que foi a sua postura no passado, seja a propósito de uma interferência no trabalho do Banco de Portugal aferir a idoneidade de administradores de instituições financeiras, seja numa estratégia que está, do nosso ponto de vista, já muito confirmada, que levou à resolução do Banif, a uma fuga de informação que a tornou inevitável e a um depauperar do valor do banco que era expectável que fosse vendido em mercado, na altura, com muito mais benefícios para os cofres do Estado”, justificou.
O PSD enviou as perguntas, em 23 de novembro passado, depois de o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa ter acusado António Costa de pressão e de “intromissões políticas” no processo de afastamento da empresária Isabel dos Santos do BIC.
O líder parlamentar do PSD considerou, no dia 25 de janeiro, que o primeiro-ministro confirmou, nas respostas ao partido, que “interferiu junto do Banco de Portugal” quer no caso que envolve Isabel dos Santos quer no processo de resolução do Banif.
Joaquim Miranda Sarmento explicou que o PSD fez 12 perguntas e esperava que o primeiro-ministro “respondesse pergunta a pergunta, até porque elas são individuais e alguma delas de resposta direta, e o primeiro-ministro apresentou uma composição com um conjunto de elementos que não são novos e não esclarecem o que o PSD perguntou”.
Nas respostas enviadas ao parlamento, o primeiro-ministro afirmou que nunca fez junto do Banco de Portugal “ou de quem quer que seja” diligências em favor da idoneidade de Isabel dos Santos e apenas atuou para procurar resolver o bloqueio acionista no BPI.
Já às questões sobre o Banif, António Costa referiu que o Banco de Portugal em dezembro de 2015, liderado por Carlos Costa, concluiu que a venda do Banif por resolução ao Santander era a única alternativa à liquidação, e conduziu o processo.
Luís Montenegro PSD está hoje na Guarda, o sexto distrito escolhido no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal”, realizada na sequência do compromisso que assumiu no 40.º Congresso, de passar uma semana por mês, nos diferentes distritos do país.
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