O eurodeputado Pedro Silva Pereira (PS) salientou, na sua intervenção, que a suspensão de fundos seria “injusta, desproporcionada, contraproducente e também absurda”, salientando que Portugal “já está a cumprir as regras do défice orçamental”.
O eurodeputado considerou ainda ser “importante pôr um ponto final no folhetim que se arrasta há meses” e causa danos ao país, referindo-se ao procedimento sobre défice excessivo.
Por seu lado, José Manuel Fernandes (PSD) sublinhou que o défice em 2015 foi de 2,98% e o crescimento de 1,6%, considerando que, excluindo a questão da resolução do Banif, “Portugal respeitou o pacto de estabilidade e de crescimento”.
“Este diálogo deve terminar porque a posição do Parlamento Europeu é por esmagadora maioria contra a suspensão dos fundos”, considerando, numa opinião reforçada pelo seu colega de bancada Fernando Ruas, que “seria um ataque à economia, aos cidadãos e à confiança”.
Os eurodeputados João Ferreira e Miguel Viegas (PCP) consideraram, por seu lado, que o procedimento por défice excessivo levantado pela Comissão Europeia contra Portugal é inaceitável, qualificando-o de “pressão” e “chantagem” sobre o país.
Nuno Melo (CDS) opinou que “este processo envergonha a Europa e é injusto contra Portugal”, exemplificando com o caso da França, que teve “um défice de 3,5% no final de 2015”.
“Portugal não é menos do que a França, acabe-se com este processo já”, apelou.
O ministro das Finanças advertiu hoje, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, que uma hipotética suspensão de fundos devido ao défice teria não só efeitos “muito negativos” na economia portuguesa, como “destruiria a confiança dos portugueses na Europa”.
“Estamos a debater uma pena que seria diretamente imposta sobre os cidadãos e as empresas e não sobre o Governo. Tal medida, destruiria a confiança dos portugueses na Europa. Numa União em que os cidadãos contam. Isso não pode acontecer e, por isso, não vai acontecer”, afirmou Mário Centeno perante as comissões parlamentares dos Assuntos Económicos e do Desenvolvimento Regional, no quadro do “diálogo estruturado” em curso entre Parlamento e Comissão, antes de o executivo formalizar a sua proposta.
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