No relatório intitulado "Segundo pacote de infraestruturas do Eixo Atlântico", apresentado esta segunda-feira ao ministro do Planeamento e Infraestruturas, a associação transfronteiriça que é composta por 38 municípios do Norte de Portugal e da Galiza, propõe vários objetivos urgentes, por forma, a alcançar "indicadores que permitam reposicionar as autoridades portuárias e a sua envolvente económico territorial em situação mais vantajosa do que a atual".
No caso do Porto de Leixões, aquela entidade, aponta como objetivo estratégico a ampliação do cais para contentores, o que pressupõe investimentos na acessibilidade marítima e na dragagem do porto.
Face ao crescimento contínuo do tráfego de contentores, acrescenta, "terão que ser reforçadas as operações dos Terminais de Contentores” bem como construído “um terminal ferro-portuário”, sendo também necessário proceder à aquisição e renovação de equipamentos para movimentação de contentores.
A substituição de guindastes "obsoletos", o desenvolvimento de uma plataforma logística capaz de fixar os agentes de logística, a melhoria das condições de navegação do Douro, aumento a capacidade de tráfego e a reformulação do porto de pesca de Matosinhos, a fim de facilitar tarefas de armazenamento e comercialização do pescado, são outras orientações que constam deste documento que foi hoje entregue ao Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.
No caso do Porto de Viana do Castelo, as estratégias para o aumento da competitividade passam pela melhoria do canal de acesso, o que pressupõe melhorar a acessibilidade marítima para permitir o acolhimento de navios de maior dimensão; a melhoria do acesso terrestre por meio de uma ligação à A28; e ainda o compromisso de promover a criação de uma fileira do setor da construção naval, com base no estaleiro atual.
Nos objetivos de ação imediata constam ainda orientações para os portos da Corunha, Ferrol. Marín, Vigo e Vilagarcía.
Eixo Atlântico defende ligação direta entre Linha do Minho e Aeroporto do Porto
No mesmo documento explica-se ainda a importância de uma ligação ferroviária direta da Linha do Minho ao Aeroporto do Porto. Esta nova conexão "permitiria ao aeroporto ter uma ligação direta com o principal corredor de transporte ferroviário que liga a Corunha a Lisboa, o que permitiria servir melhor as pessoas e as empresas, com um impacto positivo na economia da eurorregião".
A proposta da Câmara Municipal da Maia prevê a criação de "uma comunicação direta entre a Linha do Minho e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, sem ser necessário mudar de comboio na Estação de Campanhã".
Por outro lado, permitiria à Maia, lê-se no documento, "ter acesso direto à rede ferroviária de bitola larga de Portugal através da Linha do Minho, com todas as vantagens que implicaria para os seus habitantes e para as empresas aí localizadas."
Segundo o documento, não existem estudos anteriores sobre o troço de ligação Aeroporto Sá Carneiro - Linha do Minho, mas a menor distância entre as duas infraestruturas situa-se nos arredores da Estação de Leandro, na Linha do Minho, que dista, em linha reta 9,7 Km.
Na proposta de melhoria da Rede Ferroviária da Região Norte, sublinha-se ainda a evolução do tráfego anual de passageiros no Aeroporto Sá Carneiro que em 2017, ultrapassou pela primeira vez a barreira dos 10 milhões de passageiros.
Além deste investimento, o Eixo Atlântico defende ainda uma rota alternativa que permita a Braga o acesso direto à Linha do Minho, já que, refere a proposta este "bypass" iria favorecer tanto a conexão com o Porto e a Galiza, como com as localidades situadas a Norte de Braga
Aquele organismo explica que, apesar da configuração do ramal de Braga responder, desde a sua construção, à demanda de mobilidade entre aquela cidade e Porto, "Braga situa-se à margem da Linha do Minho, corredor que previsivelmente ganhará importância nos próximos anos, suportando parte da mobilidade estabelecida entre a Região Norte de Portugal e a Galiza".
A atual configuração do ramal de Braga, lê-se no documento, favorece as conexões com o Porto, mas dificulta a comunicação com Viana, Valença e a Galiza, exigindo uma mudança de comboio em Nine.
Assim "o planeamento de um comboio direto a partir do Porto e parando em Braga, chegando a Viana do Castelo, Valença do Minho e Galiza requeria uma mudança em Nine, com a consequente penalização no tempo de viagem".
"Por estas razões, é proposta a realização de uma rota alternativa (bypass) que permita a Braga o acesso direto à Linha do Minho", sublinha-se no documento que lembra que os primeiros estudos para a modernização das linhas abrangidas na área metropolitana do Porto, se iniciaram na década de 80.
A Infraestruturas de Portugal anunciou a 29 de fevereiro de 2016 a aprovação da eletrificação de toda a Linha do Minho, que será implementada em duas fases: uma inicial, no troço de Nine - Viana do Castelo (43,6 km), atualmente em execução, e um segundo entre Viana do Castelo e Valença do Minho.
Já eletrificação do troço Nine - Viana do Castelo foi adjudicada a 30 de janeiro de 2017, pelo valor de 16 milhões de euros e está previsto ser concluída no terceiro trimestre de 2018.
O projeto de modernização da Linha do Minho inclui ainda eletrificação Nine - Valença do Minho, a supressão de passagens de nível, novas subestações, intervenções em túneis e pontes, e instalação de sistemas e telecomunicações sinalização, com um investimento total de 832 milhões de euros, que deverá estar concluído ao início de 2020.
O documento intitulado "Segundo pacote de infraestruturas do Eixo Atlântico" enquadra-se dentro da atividade da Agenda Urbana do Eixo Atlântico do projeto MC2, cofinanciado por INTERREG V A Espanha - Portugal (POCTEP).
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