Na abertura da cimeira do clima COP 24, na Polónia, o Secretário Geral da ONU, António Guterres, pediu aos governos e aos investidores que "apostem na economia verde, não no cinzento da economia carbonizada", demonstrando visão e caminho a todos os líderes para a construção de um futuro verde.

A importância deste encontro mundial é, por estas questões, chegar-se a acordo em várias matérias fundamentais. Uma das principais é definir e colocar em prática um conjunto de regras que levem os países a cumprir as metas com as quais se comprometeram em 2015, no acordo de Paris, sobre redução efetiva de emissões de gases com efeito de estufa. Neste momento, estamos no mundo das intenções e teremos que passar rapidamente para o mundo da realidade, onde será necessário comprovar exatamente o cumprimento dos objectivos por parte de todos os países.

A segunda questão prende-se com a necessidade de os países demonstrarem vontade e assumirem o compromisso explícito de não permitir que a temperatura suba além dos valores definidos, e isso implica por parte de todos os países a aposta na transição energética e o investimento claro numa economia verde e cada vez mais livre dos combustíveis fósseis.

A terceira medida está relacionada com o compromisso financeiro dos países mais desenvolvidos, em apoiar a transição energética dos países mais pobres, assim como, apoiá-los inequivocamente com projetos de adaptação às alterações climáticas, pois esses territórios têm sido assolados por inúmeras crises que afectaram o seu desenvolvimento e sustentabilidade ambiental. Importa recordar que, no Acordo de Paris, os países mais ricos comprometeram-se a financiar em cerca de 100 mil milhões de dólares, por ano, e já a partir de 2020, projectos com estes desígnios nos países mais pobres.

É de realçar que em 2050, temos que atingir a neutralidade carbónica, pois será a única maneira de limitar o aumento da temperatura global para 1,5 graus centígrados. É um objectivo extremamente ambicioso. É o desafio pelo qual os líderes políticos representados no COP 24 terão que lutar e negociar, encontrando caminhos comuns, apoiados no crescimento forte de uma economia verde no mundo, dando um sinal inequívoco que os combustíveis fósseis passaram definitivamente à história.