Como tenho defendido, insistentemente, já chegou a hora de todos nós fazermos uma guerra sem quartel à utilização de plásticos. A decisão não é só política, pois também depende da mudança de comportamentos de todos nós. O plástico está por todo o lado e demora séculos a ser absorvido pela natureza, quando não é reciclado, constituindo um enorme problema ambiental. E se a indústria ainda não percebeu que tem de inovar e encontrar uma alternativa sustentável para embalar e substituir este material na composição dos seus produtos, terão que ser os distribuidores e consumidores a exigir que essa mudança se faça rapidamente, em nome do ambiente.
Todos os anos, no mundo, oito milhões de toneladas de plásticos vão parar nas águas, segundo dados da ONU. Se continuarmos assim, até 2050, pode haver mais plástico que peixes nos mares. Neste momento, é claro para todos nós, que um dos principais problemas ambientais no mundo é o lixo marinho, com destaque para as garrafas de bebidas, e que que se tornou uma ameaça não só à saúde dos nossos mares e costas, mas também à nossa economia e às nossas comunidades.
Para minorar estes impactos negativos, o Ministério do Ambiente, lançou recentemente um programa de incentivo à devolução de garrafas de plástico não reutilizáveis, bem como de garrafas de vidro, metais ferrosos e alumínio. De acordo com uma alteração a um decreto-lei, os termos e critérios ainda não foram definidos mas já se deixa a indicação de que o consumidor poderá receber um prémio se devolver uma garrafa de plástico ou outras embalagens não reutilizáveis aos super e hipermercados. As grandes superfícies que adiram a esta medida terão ainda de criar nas suas instalações uma área devidamente assinalada e exclusivamente dedicada ao comércio de bebidas em embalagens reutilizáveis ou 100% biodegradáveis. A medida terá que ser implementada até ao dia 31 de dezembro de 2019, e ainda terá que ser regulamentada.
Esta é uma boa medida do governo, mas está ao alcance de cada um de nós mudar comportamentos e hábitos, para garantirmos uma melhor qualidade de vida para as futuras gerações. É esse o desafio que deixo aos leitores, desejando a todos um Ano Novo repleto de boas práticas e sucessos ambientais.
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