A praia é um lugar ferido desde o incêndio no restaurante Bar do Peixe. Este ano, para dourar a pílula e fazer franzir o sobrolho de locais e turistas, os apoios de praia estão interditos. Isto significa várias coisas: quer uma água? Uma sandes? Talvez no único restaurante que se mantém aberto, o Onda Azul, cujo actual monopólio traz benefícios a quem o detém, menos benefícios a quem é cliente. É uma regra básica do mercado: oferta e procura. 

Os apoios de praia estão fechados porquê? Não há uma explicação evidente. O que existe, neste momento, é uma praia de bandeira azul com três concessões de sombrinhas, um restaurante, uma casa de banho camarária (manifestamente insuficiente para a lotação habitual de veraneantes) e mais nada. 

Quem chega e está habituado a ter apoio de praia, traz consigo crianças ou pessoas com mais idade, não permanece ali. Um dos concessionários conta que já teve pessoas a exigir de volta o valor do aluguer dos toldos. Outras chegam armadas de geleiras e afins e, no fim do dia, podemos ver o resultado no lastro de pouca limpeza que deixam. Pessoas pouco ou nada civilizadas. Mas a Aldeia do Meco vive dos meses de Verão, não se pode dar ao luxo de ver a malta debandar para as praias da Costa da Caparica e a Câmara de Sesimbra, que pode resolver o assunto, é conhecida por ser lenta nos seus procedimentos. 

Assim, tudo isto ficará resolvido, lá para as calendas, a aldeia irá sofrer o impacto dessa lentidão camarária e, no ano seguinte, talvez a família A ou B decida ir para outra praia, ignorando se esta daqui, no Meco, voltou ou não a ter condições.

A este estado lastimoso de coisas acresce que a reconstrução do restaurante Bar do Peixe põe em evidência as poucas condições do restaurante ao lado. Além de ser, do ponto de vista estético, um casamento arquitectónico estranho e muito, mesmo muito feio. Haverá alguém a pensar nestas coisas, numa zona do país que vive também do turismo?