Arrumada a questão do Natal, pergunto-me: ficaram com os nervos em franja ou foi um daqueles natais idílicos, quase cinematográficos de tanta doçura? A quantidade de açúcar que ingerimos derrota qualquer pretensão de uma vida saudável. Estamos viciados no doce e o doce só nos faz mal.
Quando chegamos a esta época festiva, tenho de fazer uma contenção imensa para não virar costas a todos os doces. Eu adorava rabanadas, conhecidas cá em casa como fatias paridas, deixei de comer. Os sonhos de abóbora com um chazinho? Marchava tudo num ápice. Uma lampreia de ovos, carregadinha e com aquele amarelo muito apetitoso? Venha ela, pensei eu durante tantos anos.
Agora mantenho-me longe de tudo isso. Não por imposição médica, por auto-imposição. O facto de ter alguém com diabetes perto de mim, mesmo sendo diabetes tipo II, faz-me repensar a forma como comemos e como procuramos consolo na comida. Os diabéticos são a maior população do mundo.
Os índices de crescimento da diabetes nos mais jovens são verdadeiramente assustadores. E não podemos encolher os ombros e ignorar. As crianças comem cereais ao pequeno-almoço, almoçam sandes (o pão tem açúcar) ou vão petiscando aqui e ali pequenos snacks processados e altamente ameaçadores da saúde. Não sou uma fundamentalista da comida, mas aprendi algumas coisas nos últimos temos a tentar perceber como controlar a diabetes, como evitar a sua progressão.
Seria ideal que outras pessoas conseguissem fazer o mesmo exercício sem terem de ser confrontadas pela doença? Sim, seria, mas também há quem acredite no pai Natal.
A verdade é que só nos importamos com a saúde quando esta nos faz falta. Até lá, vamos brincando com o nosso corpo: tu aguentas, verdade? Toma lá mais uma fatia de bolo-rei.
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