O novo normal, desportivamente falando
Sintoma de que o mundo nunca mais voltará a ser o mesmo depois da covid-19, por todo o lado ouve-se e lê-se a expressão “o novo normal”. A frase reflete aquilo que é a procura de um sentido do quotidiano possível pré-pandemia, pelo menos enquanto não se encontrarem soluções duradouras para o coronavírus.
Há, contudo, um outro “novo normal”, bastante virulento, que teima em não desaparecer. Somam-se ações, audições, inquéritos, iniciativas e comités para discutir o tema da “violência no desporto”, são frequentes os apelos à sua erradicação ou, pelo menos controlo, e o assunto tem assomos de mediatismo que vão e vem ao sabor das (quase sempre infelizes)ocorrências. Mas, como um cancro, é coisa que teima em não desaparecer, não obstante as tentativas.
O clima de crispação não é de agora, mas é algo que tristemente tem vindo a tornar-se cada vez mais comum. É triste constatar que, uma semana depois do fim do julgamento de Alcochete, forma possível de tentar sarar as feridas abertas no âmago do Sporting, é agora o seu clube vizinho de Lisboa que se arrisca a entrar numa nova espiral de instabilidade devido a ações de adeptos.
Depois de um empate insatisfatório num Estádio da Luz despido (mas engalado) que impediu o Benfica de subir ao topo incontestado do campeonato, a equipa encarnada viu-se alvo de um ataque a caminho do Centro de Estágios do Seixal, quando o seu autocarro foi apedrejado em plena viagem.
A agressão (felizmente) não teve consequências de maior, como um possível despiste, mas deixou mazelas: os futebolistas Zivkovic e Weigl tiveram de receber tratamento hospitalar durante a noite. Se o sérvio foi mesmo tratado a um olho devido aos estilhaços do impacto dos projéteis no autocarro, as feridas do alemão foram de teor mais emocional, já que Weigl também estava presente quando se deram três explosões de engenhos artesanais que atingiram o autocarro do Borussia Dortmund, quando a equipa se dirigia para um jogo da Liga dos Campeões.
Os jogadores dizem estar bem e, de forma algo explicita, atribuem a responsabilidade do ataque a adeptos encarnados. “Sei que isto não é o que os adeptos do Benfica são”, escreveu Weigl. O que se sucedeu ao longo da noite deu mais força a essa possibilidade.
Novas manifestações de possível desagrado perante a performance da equipa, os jogadores Rafa, Pizzi e Grimaldo e o treinador Bruno Lage viram as suas casas vandalizadas durante a madrugada. Nos vários graffiti desenhados com ameaças e insultos encontra-se a sigla “NN”, referente à claque não oficial do Benfica “No Name Boys”, cujos elementos estão neste momento em investigação devido a um outro caso de violência.
Se é, constate-se, inteiramente possível que não tenham sido adeptos encarnados a perpetrar estas ações, e sim outras pessoas a fazer-se passar por eles. No entanto, a PSP, atualmente a investigar os casos, admitiu que entre os suspeitos podem estar elementos das claques do Benfica.
À violência primal das ações seguiu-se o tradicional cariz frouxo da comunicação institucional. O Benfica, depois de censurar o “criminoso apedrejamento”, pediu punição exemplar para os "deliquentes" que "estão a mais no futebol". “O Sport Lisboa e Benfica reitera o seu profundo repúdio e condenação por estes comportamentos inaceitáveis e inqualificáveis, a que recorrentemente temos assistido no futebol português”, escreveu o presidente dos encarnados, Luís Filipe Vieira. Foquemo-nos no “recorrentemente”.
Também Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, se manifestou, falando de ações que “mancham, de novo a imagem do futebol”, cometidas por autores que “não são do futebol, não gostam do futebol e têm de ser expulsos do futebol”, pedindo ainda a “ação implacável do Estado”. Este, como o tempo (e os casos) tem vindo a provar, pouco tem feito para impedir uma e outra ações de violência, tanto que nem a criação de uma Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto parece ter surtido efeito.
Ao fim de semanas e semanas de antecipação ao regresso do futebol em tempos de covid, é isto que fica na memória, não os grandes golos, mas os grandes excessos. Quando expusemos as perguntas que queríamos ver respondidas nesta segunda temporada da I Liga, nenhuma delas foi: “Será que vamos voltar a lamentar a violência no futebol português?”
A resposta, porém, já foi dada: sim. Habituemo-nos, então, ao novo normal.
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