A escola que se queria presencial, mas que o vírus vai obrigando a mudar
Ver o horário, arrumar a mochila e garantir que está tudo pronto para ir para a escola é a rotina a cada dia, por esta altura, para os mais de 1,2 milhões de alunos dos 1.º ao 12.º anos que regressaram às aulas a 17 deste mês, para mais um ano letivo, que começou com novas regras para tentar minimizar os impactos da covid-19. As aulas do ensino superior também já arrancaram e tudo é diferente.
Quase uma semana depois da retoma do ensino obrigatório, nem tudo está a ser fácil. O vírus, por muitos cuidados que se tenham, não dá tréguas e entra nas escolas. Chateia assistentes operacionais e alunos, aflige toda a gente pelas dúvidas que traz. Nas faculdades — ou no caminho até lá — o medo também reina. Mas vejamos casos concretos.
Palmela. Alunos de 21 turmas do 11.º e 12.º anos da Secundária de Palmela estão, desde terça-feira à tarde, em ensino à distância — e assim ficarão até segunda-feira. A mudança de regime foi determinada pela falta de assistentes operacionais, depois de um ter testado positivo para a covid-19. O delegado de saúde terá mandado para casa em isolamento profilático outros cinco funcionários que estiveram em contacto mais próximo com o caso positivo e todos estão assintomáticos.
Serpa. O município alentejano de Serpa mostrou-se hoje "apreensivo" com o arranque do novo ano letivo devido à pandemia de covid-19 e alertou para os "constrangimentos" criados pela falta de pessoal auxiliar nas escolas do concelho. "Muitas são as medidas que a autarquia tem vindo a tomar para que a prevenção seja a nota dominante, contudo, a não colocação de mais pessoal auxiliar nas escolas, por parte do Ministério da Educação, está a criar constrangimentos, até porque a limpeza e desinfeção são, mais do que nunca, fundamentais", alerta o município. Além disso, os transportes escolares causam também preocupação.
Porto. Metros "à pinha" nas horas de ponta e autocarros que "nem param porque seguem lotados" são os relatos dos utentes dos transportes públicos do Porto, que pedem reforço de veículos e fiscalização. Pedro Pinto, estudante universitário de 20 anos, regressou esta semana às aulas na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e referiu à agência Lusa o caos nos transportes — já chegou a deixar passar três autocarros até entrar, mas diz que os mais idosos não mostram tanta apreensão.
No início da semana, já vários casos tinham sido relatados: em Lisboa, a escola pública das Laranjeiras viu as aulas suspensas devido à falta de funcionários, situação entretanto resolvida; no colégio St. Julian's, em Carcavelos, todos os alunos do 7.º ao 12.º ano vão cumprir quarentena de 14 dias, após a identificação de quatro casos positivos de covid-19 na comunidade escolar; em Viseu, a Escola Básica 2/3 de Penedono, não abriu na segunda-feira, depois de ter sido detetado um caso caso positivo numa funcionária; em Felgueiras, vinte e um estudantes e dois adultos que trabalham no Agrupamento de Escolas da Lixa estão a cumprir quarentena, depois de terem estado em contacto com uma pessoa que testou positivo à covid-19.
Além dos casos que vão surgindo nas notícias, reforçam-se também algumas questões relacionadas com o regresso às aulas. Hoje, na conferência da DGS, Graça Freitas indicou que, com exceção dos aeroportos, não há "recomendação específica" para a medição da temperatura, devendo haver, contudo, "a auto-monotorização da sua temperatura antes de se deslocarem para as escolas ou para o trabalho".
Assim, "as instituições que entenderem aplicar esse método, deverão, obviamente, pedir autorização" para tal, devendo "manter o sigilo e o recato necessária para que não vejam divulgados o valor em público".
Por sua vez, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, garantiu hoje que as medidas preventivas à covid-19 estão a ser asseguradas nas aulas de Educação Moral e Religiosa Católica, sustentando que as turmas são "pequenas", existindo afastamento social, depois de ter sido levantada a questão de várias escolas estarem a juntar na mesma sala jovens de turmas diferentes.
Quanto ao ensino superior, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, alertou hoje que as praxes académicas vão ser fiscalizadas no âmbito da pandemia de covid-19 e apelou à moderação dos estudantes nesta altura. "As tradicionais praxes este ano têm de ser outra coisa e, portanto, não é possível o tipo de práticas coletivas para a saúde dos próprios e para a saúde dos amigos, família, da comunidade", afirmou.
Poucos dias passaram desde o regresso às escolas e universidades e já há muito a contar. Tal como quanto ao vírus em si, também não sabemos que rumo tomarão as instituições de ensino. É certo que a escola se quer presencial, mas a covid-19 começa já a dar sinais de obrigar a mudar, consoante as situações. E, por isso, pedem-se cuidados redobrados para que a normalidade possível aconteça.
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