Drogas, dinheiro e armas. A Operação Pretoriano entrou em ação no Porto

Depois da situação na Madeira, hoje no Grande Porto a Polícia de Segurança Pública (PSP) deu cumprimento a doze mandados de detenção e a onze buscas domiciliárias, emitidos pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.

O que está em causa?

A denominada operação Pretoriano prende-se com suspeitas de crimes de ofensas corporais, danos, coação e ameaça, todos eles referentes aos incidentes na assembleia-geral do Futebol Clube do Porto (FC Porto), a 13 de novembro de 2023. O Ministério Público (MP) sustenta que a claque Super Dragões pretendeu "criar um clima de intimidação e medo" para que fossem aprovadas as alterações estatutárias em votação na assembleia. Além disso, também está relacionada às ameaças e vandalismo a que André Villas-Boas, candidato à presidência do FC Porto, tem sido sujeito.

O que encontraram nas buscas? 

Durante a operação policial foram apreendidos equipamentos eletrónicos e documentos de interesse para a investigação em causa, vários tipos de estupefaciente, nomeadamente cocaína e haxixe, três automóveis, vários milhares de euros, uma arma de fogo, artefatos pirotécnicos e mais de uma centena de ingressos para eventos desportivos, segundo a PSP.

Houve detidos?

Sim. Entre os detidos estão: elementos da claque dos Super Dragões, o seu líder Fernando Madureira e a sua esposa, Sandra Madureira; Vítor Catão, adepto do FC Porto e antigo presidente do São Pedro da Cova; Tiago Aguiar, que trabalha nas relações externas do clube portista e o oficial de ligação aos adeptos, do FC Porto, Fernando Saul.

Os doze detidos vão ser presentes na quinta-feira a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para aplicação de medidas de coação.

As reações

Em comunicado, o FC Porto referiu que "tomou conhecimento de diligências relacionadas com os acontecimentos da Assembleia Geral de 13 de novembro, que resultaram na detenção de dois dos seus funcionários presentes na reunião magna".

"Não sendo visado, o clube reitera a intenção de continuar a colaborar com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado. Se desta investigação resultarem mais factos, o FC Porto agirá em conformidade, tal como agiu em relação a três sócios que foram condenados a penas de suspensão entre seis meses e um ano na sequência dos acontecimentos dessa noite", é ainda referido.

Também em comunicado, Adelino Caldeira, administrador da FC Porto SAD repudiou veementemente qualquer associação que se pretenda fazer entre si e os desacatos verificados durante a Assembleia Geral: “Tendo tomado o conhecimento pela comunicação social de que o meu nome é envolvido nas suspeitas que fundaram as diligências judiciais hoje realizadas contra membros dos Super Dragões e outros indivíduos, repudio veementemente qualquer associação que se pretenda fazer entre a minha pessoa e os factos ocorridos na AG do FC Porto de 13 de novembro de 2023”.

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