Das tendas para os hostels. O que aconteceu aos sem-abrigo nos Anjos?

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

No dia em que se assinala o 114.º aniversário da Implantação da República, o destaque dos discursos das celebrações vai para o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que alertou para os problemas da imigração.

“Hoje assistimos a manifestações de um drama humanitário que nos envergonha a todos como país. Nós precisamos de imigração, mas não podemos aceitar uma política de portas escancaradas que conduz à desordem, dá espaço a redes criminosas e multiplica casos de escravatura moderna”, disse o autarca, anfitrião das cerimónias oficiais do 5 de Outubro.

No discurso, realizado na Praça do Município, Carlos Moedas (PSD) defendeu a necessidade existir “uma política de imigração que valoriza e traz dignidade a quem chega ao nosso país”.

“Se hoje temos um claro problema de pessoas em situação de sem-abrigo no país, deve-se também à irresponsabilidade em lidar com a imigração. Esta irresponsabilidade aumenta a desconfiança na nossa sociedade e alimenta os extremismos de um lado e de outro”, alertou.

O autarca aproveitou também o seu discurso para anunciar que o município conseguiu resolver, na sexta-feira, o problema dos imigrantes que estavam a viver há vários meses em tendas junto à igreja dos Anjos.

“Hoje posso dizer que ontem resolvemos uma das situações mais graves da nossa cidade. Ontem ajudámos todas as pessoas que estavam à volta da Igreja do Anjos a encontrar um teto”, referiu.

Fonte do SAPO24 testemunhou parte dos trabalhos no local. "Havia muitos polícias, carros a retirar todo o lixo no jardim em frente à igreja, as tendas e os colchões dos sem-abrigo".

O que aconteceu aos sem-abrigo? 

Segundo informação disponibilizada pela autarquia à Rádio Renascença, as 56 pessoas que estavam nos Anjos foram retiradas do local e vão ficar alojadas em pensões e hostels na cidade de Lisboa — e será a câmara municipal a assegurar o pagamento destas pernoitas por "tempo indeterminado".

Esta tarde, Carlos Moedas confirmou a informação. “A minha última preocupação é o custo. Vamos pagar até conseguirmos encontrar uma solução”, garantiu.

Em declarações à SIC, a presidente da Junta de Freguesia de Arroios, Madalena Natividade, esclareceu que a retirada dos sem-abrigo, de várias nacionalidades, decorreu de forma “tranquila” e “pacífica”. Foi ainda referido que esta ação “já estava planeada há muito tempo” e que, por “ser uma ação consertada e planeada, teve um resultado positivo”.

A ação aconteceu com a colaboração da Polícia Municipal, do serviço de Higiene Urbana e do serviço de ação social.

“As pessoas que estavam na rua em condições indignas foram alojadas num sítio com dignidade. Foi a resposta que se conseguiu dar para retirar as pessoas da rua”, frisou Madalena Natividade.

Ao final da noite desta sexta-feira, a junta publicou nas redes sociais um vídeo que mostra o jardim da Igreja dos Anjos já sem tendas dos sem-abrigo. Além da ação desta semana, anteriormente já tinham sido retirados cerca de 30 sem-abrigo do local.

Quanto ao futuro, não há ainda muitas respostas. Mas Carlos Moedas referiu que, a partir de agora, a Câmara de Lisboa vai trabalhar com a Agência para a Integração Migrações e Asilo e com a Santa Casa da Misericórdia para dar resposta a estas situações.

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