A Creative Business Network é uma associação dinamarquesa sem fins lucrativos que tem como objetivo a capacitação de empreendedores das indústrias criativas e possibilitar a conexão destes com investidores e mercados globais.
Todos os anos, a associação organiza a competição global Creative Business Cup (CBC) que, numa tradução livre em português, significa a Taça dos Negócios Criativos. Esta competição junta 80 participantes de todo o mundo e que foram já vencedores do desafio no seu país de origem.
São vários os prémios atribuídos às diferentes startups, mas um dos maiores benefícios é a comunidade que se gera entre todos os participantes. É através dessa comunidade que se gera uma grande aprendizagem e se estabelecem contactos interessantes para o desenvolvimento das startups, mas não só. O poder desta comunidade pode ser tão ao grande que, em agosto deste ano uniu-se para ajudar um dos vencedores da edição de 2019, Saifuddin Sepehr, fundador da startup MAKTAB, a sair de Cabul com a sua mulher e filhos, depois da cidade ter sido retomada pelas forças Talibã. Com sucesso.
Em Portugal, em 2021, a competição resultou de uma parceria entre a associação dinamarquesa, a Universidade Lusófona e a Startup Portugal. Entre 11 candidaturas, foi escolhida a Faniak para representar Portugal.
A Faniak é o novo Google Drive para músicos - uma Drive que transforma a música em proveitos, potenciando o trabalho de equipa e a ligação ao resto da indústria. Criada há 5 anos pelo Nuno Moura Santos, a startup tem o objetivo de fazer a diferença na vida de artistas, possibilitando que músicos e outros profissionais da área possam gerir a sua carreira. Para isso, e fazendo jus à capacidade de adaptação inerente a uma startup, os seus serviços têm-se reinventado e reformulado até chegar à oferta que têm hoje, uma Drive especializada, mantendo sempre a mesma missão: fazer a diferença na comunidade de músicos e artistas ligados à música.
Para melhor perceber os desafios e as vantagens de participar numa competição como a CBC, falámos com Madalena Pestana, cofundadora e Chief Marketing Officer da Faniak.
Antes da final da competição, os 80 participantes têm acesso a uma formação dedicada para ajudá-los a aprimorar e refinar as suas ideias criativas em negócios sustentáveis. Esta formação é também uma oportunidade para aumentar a sua rede de contactos e se inspirarem noutros profissionais e as suas competências criativas. Segundo a responsável de marketing, esta é, ainda, uma boa oportunidade para ganhar visibilidade internacional. Este ano, devido à pandemia participação não foi presencial, tendo tudo sido realizado de forma digital. Ainda, assim, para Madalena, participar neste tipo de desafio, significa adicionar às tarefas já exigentes do dia-a-dia de uma startup, um esforço acrescido. A cofundadora, confessa que foi um mês intenso. Para além das duas tardes de formação intensa por semana, teve ainda algumas tarefas entre encontros. Tarefas das quais, muitas vezes, só era informada na véspera.
A startup portuguesa não ganhou a competição internacional, mas nem por isso a participação deixou de ser relevante para a jovem empresa. Competir com tantas outras ideias criativas, é um reconhecimento de que a Faniak é um projeto verdadeiramente criativo. Valeu também a pena pela aprendizagem, pelos contactos e pela visibilidade que lhe trouxe.
A startup não é nova neste tipo de competições. Em 2019, participaram no Jump, um programa de formação para profissionais europeus ligados à indústria da música com ideias inovadoras para o setor, e a sua criação teve o apoio do programa Startup Voucher. Segundo Madalena, são muitas as oportunidades interessantes, mas também é preciso saber escolher pelo tempo de dedicação que exige. Afinal de contas, criar uma startup é, por si só, um processo muito exigente emocionalmente. A responsável pelo marketing, conta que não teve dúvidas quando foi convidada para abraçar este projeto, há cerca de 5 anos. Acredita que este é um projeto que tinha mesmo que existir e rapidamente se apaixonou pelo mesmo. Porém, ressalva que trabalhar numa startup “É um bocado uma loucura, tem o seu quê de loucura”.
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