A Aerospace Corporation, financiada pelos EUA, estima que o módulo de 8,5 toneladas, 12 metros de comprimentos e 3 metros de largura vai voltar a entrar na atmosfera entre 30 de março e 2 de abril. Em 2016, a China já tinha admitido ter perdido o controlo do Tiangong-1 e a impossibilidade de controlar a sua reentrada no espaço.
O relatório elaborado pela empresa diz que o módulo poderá entrar na terra entre as latitudes 43° norte e 43° sul. Longe de Portugal, as probabilidades são ligeiramente maiores de a reentrada acontecer no norte da China, no Oriente Médio, na Itália central, no norte de Espanha, no norte dos Estados Unidos da América, na Nova Zelândia, Tasmânia, ou na América do Sul ou no sul de África.
Ainda assim, a empresa Aerospace insiste que a possibilidade de os detritos resistirem à reentrada na atmosfera e atingirem alguém que viva nestes territórios é mínima. “A probabilidade de que uma pessoa específica possa ser atingida por detritos da Tiangong-1 é cerca de um milhão de vezes menor do que as chances de ganhar a lotaria”, diz a empresa americana.
Segundo o The Guardian, a probabilidade de alguém ser atingido pelos detritos da estação espacial é praticamente zero, uma vez que cerca de 70% da terra é coberta de água e, mesmo em terra, há poucas zonas que sejam povoadas. Em 2011, a NASA calculou que probabilidade de um objeto com menos de 6,5 toneladas atingir alguém é de 1 em 21 biliões (1 em 21.000.000.000.000).
“Na história das naves espaciais, nenhuma pessoa sofreu com detritos espaciais. Apenas uma pessoa foi atingida por um pedaço de detritos espaciais mas não ficou ferida”, acrescenta a Aerospace Corporation. De facto, em 1997, uma mulher que foi atingida no ombro por um objeto, mas acredita-se ter sido parte de um foguete Delta. Ainda assim, não ficou ferida.
De acordo com Steven Freeland, da universidade Western Sydney, a convenção sobre a Responsabilidade Internacional por Danos Causados por Objetos Espaciais, de 1972, afirma que o estado responsável pelo módulo tem de pagar os danos causados, se estes existirem.
O Tiangong-1 foi a primeira estação espacial chinesa e foi descrita como “um símbolo político potente” relativamente ao poder crescente do país. Foi lançada em 2011, como parte de um esforço científico ambicioso em tornar a China numa superpotência espacial.
A estação espacial foi utilizada em missões tripuladas e não tripuladas. O objetivo era testar a sua colaboração com outras estações e utilizá-la para conduzir experiências. Foi visitada em 2012 pela primeira astronauta chinesa, Liu Yang. A segunda expedição aconteceu em 2013 e incluiu Wang Yaping, a segunda mulher chinesa a visitar o espaço.
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