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Para o bem e para o mal

No Olimpo dos maiores atletas de sempre, há certamente um lugar reservado para Pelé. A lenda do futebol mundial é considerada um dos melhores jogadores de todos os tempos e a sua história é bem conhecida. Um jovem franzino de 17 anos que ajudou o Brasil a conquistar o seu primeiro campeonato do mundo em 1958. O primeiro atleta-milionário que provou a todos o seu valor com uma nova conquista do Mundial em 1970. O jogador que marcou mais de mil golos durante a sua carreira ao serviço do Santos, numa era em que a movimentação internacional de jogadores ainda era uma raridade.

No entanto, na sua essência, “Pelé”, que estreou recentemente na Netflix, é muito mais um documentário político do que um documentário desportivo. Sim, temos imagens inéditas (remasterizadas) que mostram - a cores - as melhores jogadas de Pelé com a camisola do nosso país irmão: os golos, os sprints, as assistências, os dribles e as reações despertadas. Tudo coisas que estão (em pior estado) disponíveis numa pesquisa rápida no YouTube.

A carreira de Pelé acompanhou um período em que aconteceram importantes mudanças sociais e políticas no Brasil, para o bem e para o mal. No seu início, o Brasil era um país democrático que, depois de anos de atrasos económicos e industriais, estava finalmente a conseguir ter uma população com condições de vida mais próximas das nações mais desenvolvidas. No seu auge, o Brasil era uma ditadura militar onde milhões de cidadãos se viam privados das suas liberdades e onde quem se posicionasse contra o status quo corria um sério risco de sofrer represálias.

Muitos acusam Pelé de não ter feito o suficiente para mudar a situação que milhões de fãs seus experienciaram. Outros acusam-no de ter preferido proteger a sua posição na “elite” brasileira e os benefícios que daí vinham. Através de entrevistas a colegas, a jornalistas da época e ao próprio, “Pelé” analisa o impacto do jogador dentro e fora de campo.

AQVGD – edição 91 – Pelé AQVGD – edição 91 – Pelé

Procura nas páginas douradas

Deste lado do Atlântico, a religião Mórmon não é muito popular. Dados mais recentes indicam que existem cerca de 16 milhões de mórmons no mundo inteiro, sendo que a maior parte destes crentes se encontra nos EUA. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos nos Últimos Dias (sim, é mesmo este o nome), mais conhecida por Igreja Mórmon, foi criada em meados do século XIX, depois de um anjo chamado Moroni ter indicado a Joseph Smith o local onde estavam guardadas as páginas douradas que continham novas doutrinas de Deus. Ou pelo menos é isto que contam os crentes.

Atualmente, a sede da Igreja é no estado do Utah, uma catedral que, em termos de tamanho, tem tudo para rivalizar com Notre Dame. Mas apenas nesse aspeto. Por esta altura é normal que te estejas a questionar o porquê de te estar a falar deste “movimento de fé”. Não, ainda não nos tornámos numa newsletter religiosa (nem deve estar para breve). Acontece que a Igreja Mórmon é o tema em destaque na nova série documental da Netflix “Crime na Comunidade Mórmon”.

No início da década de 1980, um homem chamado Mark Hoffman começou a descobrir uma série de documentos que colocavam em causa algumas das coisas que eram ditas sobre a origem dos Mórmons. Contudo, o seu objetivo não era desmascarar a Igreja e questionar a sua legitimidade, mas sim lucrar com quem dava mais pelos documentos, que na altura valiam imenso dinheiro. Um dos principais compradores interessados era, claro, a própria Igreja, que não tinha interesse em que tais informações reveladoras chegassem a público.

Em 1985, num espaço de dois dias, três bombardeamentos em três locais diferentes, em Utah, tiraram a vida a duas pessoas e feriram uma terceira. As duas pessoas que morreram estavam associadas a uma empresa que estava a negociar novos documentos descobertos por Hoffman. A pessoa ferida era o próprio Hoffman, que sobreviveu a uma bomba no seu carro com ferimentos graves.

Imagino que o teu primeiro pensamento seja “de certeza que foi a Igreja para esconderem a verdade”. Na realidade existe muito mais nesta história e a série acompanha a investigação destes bombardeamentos, o impacto que teve na comunidade Mórmon e a perspetiva de várias pessoas sobre os potenciais culpados, onde se encontra a Igreja, mas também outras pessoas de que, à partida, não estarias à espera.

AQVGD – edição 91 – BIG AQVGD – edição 91 – BIG

A história devia ser mais longa

O nome Christopher Wallace pode não dizer muito à maior parte das pessoas. Não, não é aquele ator que aparece em filmes do Quentin Tarantino. É, na verdade, o nome verdadeiro do rapper Notorious B.I.G, que, nos anos 90, se tornou numa das lendas do hip hop, quer pelos seus álbuns, quer pela rivalidade acesa que teve com outro rapper igualmente famoso: Tupac Shakur.Já foram produzidos alguns conteúdos sobre cada um dos artistas e sobre o desfecho infeliz que a sua animosidade acabou por ter. “Biggie: I Got a Story to Tell”, documentário que estreou esta semana na Netflix, foca-se na vida de B.I.G., que foi em tudo peculiar.A sua mãe é uma imigrante jamaicana que foi para Brooklyn, Nova Iorque, à procura de melhores condições de vida. Biggie, que nunca conheceu o pai, foi educado num colégio católico público e teve, desde cedo, uma educação musical clássica através de um artista de jazz que morava no seu bairro. No entanto, na adolescência, algumas más companhias e a ânsia de enriquecimento fácil e rápido levaram-no a tornar-se num dos principais dealers de crack da sua “zona” e a tornar-se numa figura conhecida por razões menos meritórias.A decisão de perseguir o sonho de ser artista, o caminho para ser descoberto pelo produtor Diddy e a ascensão rápida que teve na indústria da música são histórias de alguém que conseguia fazer rimas como poucos e que tinha muito mais para dar quando faleceu, com apenas 24 anos de idade.

Créditos Finais

  • Os Mamonas Assassinas, a banda brasileira que foi um sucesso nos anos 90, continua na memória de todos. Neste artigo do SAPO24 poderás relembrar a história da banda que infelizmente desapareceu, depois de um acidente de aviação, há 25 anos.
  • A Ponte: uma série em áudio da MadreMedia sobre a destruição da estrutura que ligava Castelo de Paiva a Entre-os-Rios, cruzando o Douro, com testemunhos de operacionais, autarcas e jornalistas que acompanharam todos os acontecimentos. Ouve aqui o primeiro episódio.
  • Netflix: lê aqui uma lista de dez das melhores séries para ver na plataforma de streaming, prometo que é melhor que o Top 10 atual.
  • HBO Portugal: na plataforma estão algumas das melhores séries alguma vez produzidas. Encontra aqui 10 que, se ainda não viste, podem passar a fazer parte do teu dia a dia.

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